Bissau, 09 Jun 15 (ANG) - O Director Geral da Pecuária aconselha as populações a se abdicarem do consumo de carnes de origens duvidosas, e das que não forem inspeccionados pelos serviços veterinários.
Bernardo Cassamá, em entrevista exclusiva à ANG, disse que nos últimos tempos tem-se verificado a proliferação de locais inadequados de abates de animais para o consumo humano, prática através da qual se está a violar a Lei que proíbe o abate fora dos Matadouros.
"Nota-se actualmente a existência de muitos locais improvisados de abates de animais, nomeadamente no Porto de Canoa, Chapa de Bissau e ao longo das vias que ligam Bissau ao interior do país", explicou.
Aquele responsável informou que como uma das medidas de combate à prática, determinou-se que os Inspectores passassem a por carimbo nas carnes saídas dos Matadouros, tanto da capital Bissau como nos do interior do país.
Salientou que deve haver uma colaboração institucional entre a Direcção Geral da Pecuária, Câmara Municipal de Bissau e o Ministério da Saúde, no sentido de constituírem um corpo de inspecção de locais de abates e comercialização de carnes.
"A Câmara Municipal de Bissau, enquanto instituição responsável pela gestão da cidade deve assumir a responsabilidade de arranjar estabelecimentos adequados, em diferentes bairros, para a prática de venda de carnes", disse.
Bernardo Cassamá sublinhou que, hoje em dia foi reconhecido mundialmente que 75 por cento das doenças que atacam os homens provêm dos animais.
"Os exemplos são muitos porque temos a gripe aviária, brucelose, tuberculose, ébola entre outros", esclareceu.
Apela às populações para deixarem de comprar carnes baratas para o consumo, acrescentando que muitos possuem carnes em estado de decomposição, e aproveitam para vende-las num preço barato prejudicando a saúde humana.
Exortou a Associação dos Magarefes a zelarem para que se dessem entrada nos Matadouros apenas animais sãs, para efeitos de consumo humano.
O Director Geral da Pecuária mencionou ainda o perigo da doença de carbúnculo hemático para o homem. Adiantou que essa doença é muito frequente na região de Oio, norte da Guiné-Bissau.
Disse que nessa localidade tinha sido detectado mais de 80 casos de carbúnculo hemático nas pessoas tendo sido registados cinco mortos, por causa do consumo de animais mortos.
Afirmou que actualmente a sua instituição dispõe de 20 mil doses de vacinas fornecidas pelo Reino de Marrocos para vacinar todas as três espécies de manadas, que são vacas, cabras, galinhas, entre outros.
"Vamos iniciar no próximo mês de Julho uma campanha gratuita de vacinação de animais em todo o território nacional de forma a minimizar os custos de importação de medicamentos para a saúde humana", disse a concluir Bernardo Cassamá.
ANG/ÂC/SG