Bujumbura - A candidatura do presidente burundês, Pierre Nkurunziza(Foto), a um terceiro mandato, contestada nas ruas desde finais de Abril em Bujumbura, "não é negociável", sublinhou nesta terça-feira o porta-voz e secretário-geral do governo burundês, Philippe Nzobonariba.
Por outro lado, Nzobonariba afirmou que após a sua aprovação formal, o calendário proposto segunda-feira à noite pela Comissão eleitoral (Céni) será o último e que não haverá "novo adiamento" das eleições legislativas e presidenciais.
"O governo do Burundi, apesar de agradecer os que querem nos ajudar a encontrar soluções para a crise que o nosso país atravessa, volta a lembrar que há questões que não serão objecto de debate", declarou numa mensagem divulgada nas rádios nacionais.
"No que se refere à candidatura do presidente Nkurunziza, (...) o respeito e a independência das instituições previstas pela Constituição são intocáveis (...) Por isso (...) esta decisão não é negociável", prosseguiu.
Um conselheiro da Presidência garantiu, no início de Junho, que o terceiro mandato não era uma "questão tabu" e apelou à oposição para um "diálogo franco e construtivo". Os opositores manifestaram-se dispostos a retomar as discussões com o governo.
Nzobonariba sublinhou igualmente nesta terça-feira que, uma vez fixadas as novas datas dos escrutínios, o calendário será "definitivo" e que não “haverá novo adiamento das eleições".
A Comissão eleitoral nacional independente (Céni) propôs segunda-feira que sejam organizadas as legislativas a 26 de Junho - inicialmente previstas para 26 de Maio e adiadas uma primeira vez para 05 de Junho sob pressão internacional - e que as presidenciais sejam adiadas de 26 de Junho para 15 de Julho.
"Este calendário, é o limite máximo sem que possamos cair na inconstitucionalidade", declarou Nzobonariba à AFP nesta terça-feira, lembrando que o presidente eleito deverá constitucionalmente prestar juramento o mais tardar a 26 de Agosto. Fonte: Aqui