terça-feira, 9 de junho de 2015

DIREITOS HUMANOS: NOVO PRESIDENTE DA LIGA INVESTIDO PARA MANDATO DE QUATRO ANOS

Bissau 09 Jun 15 (ANG) – O novo presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos(LGDH) e o seu elenco directivo foram hoje investidos nas funções  para um mandato de quatro anos..
 
Os empossados foram eleitos no 3º Congresso Ordinário dessa organização realizado no passado dia 16 de Maio do ano em curso. 
 
Ao presidir a cerimónia do empossamento, o Procurador-geral da República (PGR), Hermenegildo Pereira disse que é uma honra e orgulho estar a presidir a tomada de posse da nova direcção da LGDH, sobretudo na qualidade do representante máximo do Ministério Público que tem como missão fundamental a defesa dos direitos humanos.
 
O PGR disse reconhecer que a LGDH tem feito trabalho meritório para todos os cidadãos no capitulo de reconhecimento e salvaguarda dos direitos humanos, e deixou um compromisso público em conjunto com a Liga de tudo fazer para que haja o respeito pelos direitos humanos no país.
 
“Todos nós sabemos que a promoção e a defesa dos direitos humanos é  uma tarefa que não pode ser encarada de forma isolada nem por uma única direcção, uma vez que os mesmos são multifacetados abrangendo em consequência vários componentes da vida do próprio homem “ disse o PGR.
 
Hermenegildo Pereira reconheceu que em vários momentos a luta pelos direitos humanos na Guiné-Bissau, foi relegada única e exclusivamente a própria LGDH, como se ela fosse a única entidade vocacionada a intervir na área em causa, tendo lamentado a ausência completa do Estado enquanto entidade com obrigação primária para a sua protecção.
 
“Vamos denunciar todas as violações dos direitos humanos como temos feito até aqui. A lei deve continuar a ser cego, mudo e surdo isto é punindo o culpado e isentando o inocente “disse Hermenegildo Pereira.
 
Por seu turno, o Presidente cessante da LGDH igualmente Presidente da Mesa do Conselho Nacional dos Órgãos Eleitos, Luís Vaz Martins  acrescentou que a tomada de posse dos novos dirigentes da LGDH é um exemplo que deve ser seguido como referência para consolidação de uma sociedade que se pretende democrática e pluralista. 
 
 Vaz Martins disse que a organização voltou a ocupar o seu lugar cimeiro e de vanguarda na promoção e protecção dos direitos humanos na Guiné-Bissau.
 
“Foram oito longos anos de exposição permanente ao perigo , mais gratificante para qualquer defensor dos direitos humanos, sabendo de ante mão que representa a esperança dos que sofrem em silencio condicionado pela apatia e indiferença de um Estado que chegou a ser ausente”, informou.
 
Por último, o novo Presidente da LGDH, agradeceu aos presentes para depois afirmar que a cerimónia se reveste de uma importância capital, uma vez que simboliza a passagem de testemunho de Luís Vaz Martins que representa a geração dos activistas mais antigos para uma nova geração.
 
Augusto Mário da Silva disse ter uma noção clara dos desafios que a sua organização tem pela frente e do movimento de esperança que a sua eleição ao cargo do Presidente da LGDH representa, salientando que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para não defraudar a confiança nele depositada.
 
O novo homem forte da LGDH reconheceu os trabalhos feitos pela direcção cessante liderada pelo Luís Vaz Martins pela sua visão de liderança e que väo  servir de inspiração a nova chefia nos próximos tempos.
“O Luís Vaz Martins soube descobrir talentos e teve a coragem de apostar na juventude, tendo estabelecido um entrosamento feliz entre a experiencia do passado e a dinâmica da nova geração que traduziu no sucesso do seu consulado. 
 
A expressão máxima desta afirmação é a forma como ele conseguiu resgatar a organização dos escombros onde se encontrava preservando a coesão interna e colocando a organização num patamar mais elevado no panorama das entidades da sociedade civil” elogiou Augusto Mário.
Augusto Mário adiantou que apesar dos avanços conseguidos nos últimos anos a Guiné-Bissau continua a pertencer a lista dos países com índices do desenvolvimento muito  aquém da média mundial situação provocada pelas cíclicas crises político militares sobretudo nos últimos dezasseis anos.
“Estes cenários preocupantes são caracterizados pela baixa qualidade de vida dos guineenses marcados pela impunidade generalizada, desemprego crónico, fraco poder de compra e limitado acesso aos serviços básicos essenciais “lamentou. 
 
ANG/MSC/SG