As relações entre a Guiné-Bissau e a China estão de boa saúde e "as perspetivas são positivas", antecipou o ministro das Obras Públicas guineense à agência Lusa, antes de partir para uma conferência ministerial do Fórum Macau.
Ao mesmo tempo que mantém abertura total à iniciativa chinesa, o governo da Guiné-Bissau vai procurar recursos para construir 145 quilómetros de estradas alcatroadas na região sul, "o celeiro do país", referiu Malam Banjai.
O executivo leva ainda em carteira, no domínio das acessibilidades, um projeto para construção de uma ponte sobre o rio Cacheu até à cidade de Farim (norte do país) e a extensão da avenida do aeroporto de Bissau até Safim (arredores da capital) -- obra cuja execução pela China poderá ser anunciada em breve, acrescentou.
Outros projetos dizem respeito à construção de mil fogos de habitação social, 500 na capital e o resto espalhado pelo país, além de se procurarem parcerias com a China no âmbito da reforma dos setores da defesa e segurança, indicou ainda o governante.
A China foi um dos primeiros aliados da luta guineense pela independência, na década de 1960, e já tem uma extensa lista de obras públicas realizadas no país, pelo que as empresas chinesas gozam de uma "abertura total" em solo guineense, ajustada caso a caso, referiu Malam Banjai.
"A abertura é natural para com o governo e empresas chinesas, no sentido de uma parceria mutuamente vantajosa" com o Estado guineense.
"Têm portas abertas para eleger os setores de intervenção e nessa altura negoceiam-se as modalidades para se levar os projetos à prática", acrescentou.
Intervenções em setores como o abate de madeira ou pescas "devem ser regulamentados" com especial atenção por serem "património de todo o povo", destacou, realçando sempre a dívida de gratidão da Guiné-Bissau.
Quando um país é aliado desde a luta pela independência, "isso não se paga com fosfato, madeira ou pescas", disse Malam Banjai, afirmando que a "cooperação com a China é algo que não tem preço e é histórico".
A instabilidade política no país, com quatro governos no último ano e um parlamento bloqueado - sem um Orçamento do Estado aprovado para 2016 -, têm limitado os financiamentos de vários parceiros internacionais, mas esse não é o caso da China, acrescentou o governante.
Depois de ter apoiado a luta pela independência, a China abriu uma embaixada na Guiné-Bissau a 15 de março de 1974, meio ano antes de Portugal reconhecer a emancipação já declarada unilateralmente a 24 de setembro de 1973.
As relações diplomáticas entre a Guiné-Bissau e a China estiverem suspensas durante quase oito anos, entre a 31 de maio de 1990 e 23 de abril de 1998, na altura em que Bissau reconheceu a diplomacia de Taiwan.
Entre as principais obras da China na Guiné-Bissau encontram-se o edifício da Assembleia Nacional Popular, o Estádio Nacional de futebol e atletismo, o Hospital Militar de Bissau, a Escola Nacional de Saúde, o Palácio do Governo e o Palácio da Justiça, inaugurado este ano.
A conferência ministerial do Fórum Macau, fórum de cooperação entre a China e os países lusófonos, decorre entre 11 e 12 de outubro, em Macau.
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