O japonês Yoshinori Ohsumi é o vencedor do Prémio Nobel de Medicina 2016 pela sua descoberta sobre a autofagia, processo através do qual as células digerem os seus próprios resíduos e cuja disfunção pode desencadear doenças como a de Parkinson e diabetes.
Fundamental em termos de fisiologia celular, a autofagia é indispensável para a reciclagem ordenada das células danificadas, assim como para melhor compreender as implicações sobre a saúde individual e as doenças, nomeadamente o cancro. Segundo o júri do Prémio Nobel de Medicina, a descoberta de Yoshinori Ohsumi contribuiu para um novo paradigma na compreensão sobre como as células reciclam o seu conteúdo. A mutação dos genes no processo de autofagia pode provocar doenças, pelo facto de o mesmo estar na origem , designadamente , do cancro e das patologias neurológicas.
Oshumi declarou aos media em Tóquio que ganhar o Prémio Nobel, era um sonho de criança, mas nunca o seu objectivo desde que encetou o seu trabalho de pesquisa. Com 71 anos de idade, o cientista japonês fez o seu doutoramento pela Universidade de Tóquio em 1974. Actualmente , ele ensina no Instituto de Tecnologia de Tóquio.
Foi na década de 60 do século vinte que os investigadores descobriram pela primeira vez, que uma célula podia destruir o seu próprio conteúdo, ao enrolá-lo em membranas e transportá-lo para um compartimento de degradação celular chamado lisosoma. A descoberta fez com que o cientista belga, Christian de Duve, ganhasse o Prémio Nobel da Medicina em 1974.
Fonte: RFI