Os atores políticos signatários do acordo da CEDEAO, entidades religiosas, organizações das Nações Unidas, partidos políticos com assento parlamentar e individualidades partiram hoje para Conacri para a derradeira reunião com o Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, na qualidade de mediador da CEDEAO para a crise política na Guiné-Bissau.
Os políticos da Guiné-Bissau falam em humilhação e vergonha para a classe, o facto de terem que ir a Conacr...i negociar soluções internas que poderiam ser encontradas em Bissau.
O presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, disse que vão a Conacri formalizar a demissão do Governo de Baciro Djá e consequente formação do novo Executivo Inclusivo e de Consenso. Cassamá afirma que os quinze deputados dissidentes do PAIGC deverão voltar ao partido imediatamente. "Não vamos sair de Conacri sem uma solução neste sentido", disse.
Florentino Mendes Pereira, Secretário-geral do partido da Renovação Social, afirma que o seu partido já entregou a sua proposta para a saída da crise ao Presidente da República.
Num tom exaltando Florentino afirma ser uma vergonha terem que ir Conacri, sem uma agenda em mãos. "É como se estivéssemos a ser obrigados a aceitar um acordo que nós assinamos. O povo guineense não merece tamanha humilhação", atira.
O grupo dos quinze deputados recusou-se a prestar declarações aos jornalistas no aeroporto.
Tal como escrevemos, a organização das Nações Unidas que está a monitorizar todo o processo, enviou hoje um avião para levar "todo mundo" à Guiné-Conacri para a mesa redonda desta terça-feira.
Quanto à possibilidade de vir a ser indigitado um independente para liderar o futuro governo, o PRS diz que não se opõe desde que seja uma figura de consenso, e na perspectiva de se acabar definitivamente com a crise.
Agnelo Regala, líder da União para Mudança, partido com assento parlamentar, entende que seria uma proposta inconstitucional e que trará mais problemas ao país.
Por seu lado, Augusto Mário da Silva, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, em nome das organizações da sociedade civil, afirma que é urgente que haja um entendimento em Conacri para minimizar o sofrimento do povo.
Antes de partirem, vários políticos recusaram assinar o termo em que se diz abdicar do seguro de viagem das Nações Unidas, ou seja em caso de um eventual acidente a ONU não responsabilizará pelas consequências.
A delegação é composta por 21 elementos.
O presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira viajou ontem e o Primeiro-ministro Baciro Djá viaja de Macau para Conacri ainda hoje.
Uma fonte da ONU disse à Rádio Jovem que só o orçamento com as viagens está acima dos 30 mil euros.
Em princípio o Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz não vai à Conacri.
As partes deverão regressar aquele país na próxima semana para a segunda ronda negocial.