Cerca de três centenas das crianças de diferentes faixas etárias e provenientes de várias escolas/jardins públicos e privados da cidade de Gabú, marcharam, no dia 16 de junho 2017, para exigir às autoridades nacionais a salvaguarda dos seus direitos bem como as suas proteções de todo tipo de violência.
Uma iniciativa do Parlamento Regional Infantil de Gabú em colaboração com o Conselho Consultivo de Jovens e Crianças desta região e que contou com o apoio da Organização Não Governamental – Plan Internacional Guiné-Bissau através do seu escritório na cidade de Gabú, visa comemorar a quinzena da criança africana, 16 de junho, sob o lema: Aceleremos a proteção, o empoderamento e a igualdade de oportunidade para as crianças em África até 2030.
As crianças iniciaram a marcha junto do edifício da Aldeia SOS de Gabú, para percorrer uma distância de quase três quilómetros. Ou seja da Aldeia para o Comité de Estado no centro da cidade.
As crianças que se faziam acompanhar por várias figuras destacadas da região, designadamente o Administrador do Sector de Gabú, Adulai Bobo Cissé, Comandante de Bombeiros da região, delegada do Gabinete dos Direitos Humanos do Comissariado da Polícia de Ordem Pública de Gabú, bem como por representante residente da Plan Internacional Guiné-Bissau, Alassane Drabo, gritavam ao longo de percurso as seguintes palavras de ordem: Viva Criança Africana, Viva a Plan, Viva a Paz, Criança tem direito à escola e à saúde.
Dirigindo às crianças no fim da marcha e aos presentes, o administrador do Sector de Gabú, Adulai Bobo Cissé reiterou o engajamento das autoridades nacionais no cumprimento da luta pela defesa dos direitos das crianças guineenses.
“O Governo da Guiné-Bissau continua determinado no cumprimento dos Objetivos de Acordos e Convenções assinados e ratificados a favor dos direitos das crianças guineenses”, referiu.
Para o representante da Plan Internacional Guiné-Bissau, Alassane Drabo, as crianças e jovens da Guiné-Bissau marcharam hoje à semelhança das crianças sul-africanas de Soweto, com o intuito de exigir dos detentores de obrigações guineenses mais esforços na realização dos direitos da criança, tal como consubstanciados na Carta Africana dos Direitos e Bem-estar da Criança.
“É isso que nos é exigido como tema adotado este ano para o Dia da Criança Africana. Isso só vai acontecer se os governos trabalharem em estreita colaboração com uma ampla gama de partes interessadas, pois todos têm um papel a desempenhar para acabar com as violações aos direitos da criança. Não teremos sucesso sem o pleno envolvimento da sociedade civil, comunidade, famílias, líderes tradicionais e religiosos, governos, doadores, organizações internacionais, meninos e meninas”, advertiu o responsável da Plan Internacional
A presidente do Parlamento Regional Infantil de Gabú, Aissato Aparecida Djop disse na sua intervenção que o evento serve igualmente para sensibilizar os governantes no sentido de se engajarem mais na busca de melhores condições de vida para às crianças, sobretudo no concernente aos cuidados da saúde e educação. Djop agradeceu a ONG Plan Internacional Guiné-Bissau, como também todos aqueles que apoiaram direta ou indiretamente a iniciativa da marcha das crianças.
De referir que 16 de Junho é uma data adoptada em 1991, como o Dia de Crianças Africana, por então Organização da Unidade Africana (OUA). O objectivo visa homenagear centenas de crianças e jovens sul-africanos de Soweto que perderam as suas vidas, quando estavam a marchar em protesto contra a educação de baixa qualidade que recebiam e exigiam que sejam ensinadas nas suas próprias línguas.
Por: Assana Sambú
Foto: AS
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