O Presidente da República, José Mário Vaz, admitiu esta segunda-feira, 26 de Junho 2017, devolver o poder ao povo, caso não haja entendimento no país até no mês de Outubro entre Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Partido da Renovação Social (PRS) e grupo dos 15 deputados.
José Mário Vaz, falava perante os chefes religiosos muçulmanos [imames] que se deslocaram ao palácio da República para o cumprimentar, depois da reza realizada ao largo da Câmara Municipal de Bissau que assinala o fim de 30 dias de Jejum da comunidade islâmica.
O Chefe de Estado guineense pediu a unidade e entendimento entre órgãos da soberania do país, líderes políticos e religiosos e tribos em geral da Guiné-Bissau.
“A CEDEAO deixou um prazo, só pode suportar as forças do ECOMIB na Guiné-Bissau até no mês de Outubro próximo, devido à falta de meios financeiros, portanto temos uma responsabilidade para resolver e colocar a segurança do país nas nossas mãos”, asseverou.
Vaz defende ainda que a Guiné-Bissau é um Estado soberano e não pode continuar ser como uma criança que quando chora, é dada leite e volta chorar de novo é dada papa, “é preciso assumir a nossa responsabilidade”.
“Em Monróvia deixei um compromisso, pedi os Chefes de Estados da CEDEAO para transferirem a mediação que estava fora da Guiné-Bissau para os guineenses. E hoje temos organização das mulheres coordenada pela Zinha Vaz, como facilitadores da relação entre partes em conflitos”, lançou o Chefe de Estado.
José Mário Vaz garantiu neste particular que se os políticos nacionais continuarem a não se entenderem em 90 dias, o país está na condição de financiar a realização de eleição, mesmo se for hoje, chamaria comissão Nacional de Eleição (CNE) para organizar escrutínio.
Em nome da comunidade muçulmana da Guiné-Bissau, Alanso Fati, pediu Deus para unir os guineenses e mudar pensamento daqueles querem o mal para o país e ajudar na reabertura da Assembleia Nacional Popular a fim trabalhar para o desenvolvimento da Guiné-Bissau.
De recordar que na cerimónia tradicional do cumprimento no Palácio da República depois da reza, o Chefe de Estado ofereceu a comunidade muçulmana um envelope fechado no valor de 2 milhões e cem mil francos CFA.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: Marcelo Ncanha Na Ritche
Foto: Marcelo Ncanha Na Ritche