quinta-feira, 8 de março de 2018

8 de março: MULHERES GUINEENSES RECLAMAM POSIÇÕES CIMEIRAS NA TOMADA DE DECISÕES

As mulheres de diferentes organizações femininas da Guiné-Bissau em colaboração com o Programa de Empoderamento das mulheres da SOS de Gabu reclamaram hoje, em Bissau, o direito a posições cimeiras na tomada de decisões, para contestar o que chamam de “violação dos seus diretos pelos homens”.
 
As exigências expressas no âmbito da celebração do dia internacional da mulher, 08 de Março, comemorado esta quinta-feira. No país, o evento reuniu mulheres do setor público e privado, numa marcha que começou na Assembleia Nacional Popular, passando pela Praça Titina Sila e terminou na praça dos Mártires de Pindjiquiti – palco central das atividades, sob o lema “Este é o momento: Ativistas Rurais e Urbanos Transformam a Vida das Mulheres”.
 
A Conselheira do Ministro da Mulher, Família e Solidariedade Social do governo demitido, Celina Tavares, exortou às autoridades nacionais no sentido de seguirem e respeitarem as preocupações do pai da nacionalidade guineense, Amílcar Lopes Cabral, em não colocar a mulher guineense no terceiro plano.
 
Em tom alto e de determinação feminina, Celina Tavares alerta que as mulheres guineenses jamais aceitarão os governos no país que não as incluem nos cargos ministeriais, como defendia Amílcar Cabral na luta de libertação nacional.
 
“A mulher é um ser diferente e uma fantástica obra prima desenhada e escolhida por Deus. A mulher de ontem plantou, regou, colheu e passou herança para a mulher de hoje, que vai enriquecendo a plantação para que a mulher de amanhã possa receber um dote melhor de igualdade de gênero”, observou Celina Tavares.
 
Para a Representante da ONU Mulher na Guiné-Bissau, Hanzel Gooding, o tema deste ano ilustra a “vida agitada” das mulheres ativistas, cuja paixão e compromisso asseguraram os direitos das mulheres ao longo das gerações que levaram as mudanças bem-sucedidas. A responsável da ONU mulher no país manifestou desejo em ver a celebração de 08 de Março ser global pelos direitos das mulheres, igualdade, segurança e justiça. Sublinha que é preciso que haja voz única das mulheres na luta pelos seus direitos.
 
O Diretor-Geral da SOS Guiné-Bissau, Nelson Medina, revelou, por sua vez, que as mulheres guineenses enfrentam várias situações que vão contra os seus direitos nomeadamente, a falta de oportunidade de acesso a emprego e serviços, a mutilação genital feminina, casamento precoce e violência doméstica. Defende, por isso, luta comum contra práticas nefastas na sociedade guineense.
 
A Presidente da Plataforma Política das Mulheres foi representada no evento por Silvina Tavares, que afirma que enquanto os direitos das mulheres continuarem a ser violadas, não haverá justiça e muito menos a paz no mundo.
 
 
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A. A