segunda-feira, 30 de abril de 2018

MANICA, MOÇAMBIQUE: PROFESSORA MANDA MATAR A SUA PRÓPRIA MÃE POR, ALEGADAMENTE, SER FEITICEIRA

Ponto a reter: dizia que era feiticeira e que a sua vida não estava a correr bem por culpa da sua mãe. Por isso, só queria ouvir que ela já não existe.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve esta semana cinco indivíduos indiciados no crime de homicídio voluntário, ocorrido no distrito de Guro, província de Manica.

Trata-se de Belinha Chazuca, de 33 anos de idade, natural do distrito de Guro e professora em exercício na Escola Primária de Bunga, considerada mandante do crime, mais quatro indivíduos agora detidos no comando distrital da PRM nesta região do norte da província.

Segundo a PRM, citada pela AIM, Chazuca contratou dois indivíduos para assassinarem a sua própria mãe por, alegadamente, ser feiticeira.

Os dois supostos criminosos, com recursos a um varão de ferro, dirigiram-se, na noite de domingo passado, à casa da vítima onde desferiram golpes que culminaram com a morte da vítima, de 60 anos de idade. Consumado o crime, os malfeitores roubaram alguns bens da finada.

J. Cardoso, de 24 anos de idade, um dos indiciados agora nas celas da PRM, confessa o crime, alegando que praticou a mando da filha da vítima, também presa, em troca de 24 mil meticais e uma casa do tipo três.

“Confesso que cometi o crime juntamente com o meu amigo. Ele me contactou dizendo que a professora Belinha quer que matemos a sua e, em troca, podia nos dar dinheiro e casa. Aceitei porque queria dinheiro”, afirmou Cardoso, revelando terem morto a vítima numa noite, quando ela se encontrava a dormir. O indiciado confirmou também ter levado alguns bens da finada que, posteriormente, escondeu na residência da sua namorada.

“Os meus companheiros podem estar a recusar aqui, porque estamos presos. Mesmo ela, a mandante, está a negar porque fomos descobertos. Ela é que nos contactou para tirarmos a vida da própria mãe porque dizia que era feiticeira e que a sua vida não estava a correr bem por culpa da sua mãe. Por isso, só queria ouvir que ela já não existe. Matamos e roubamos alguns bens, e fomos guardar na casa da minha namorada”, disse.

Por seu turno, Nelsa João, a namorada de Cardoso, confirmou ter recebido, em sua casa, os bens da finada. Contudo, não sabia que se tratava de pertences de uma pessoa assassinada.

“Não sabia que ele acabava de matar alguém. Assustei-me quando a polícia chegou e ouvi que na zona foi assassinada uma senhora. Mais tarde fiquei a saber quem era, porque vi o Bilhete de Identidade dela na pasta da roupa que meu namorado trouxe” – explicou.

Entretanto, o porta-voz da PRM, Mateus Mindú, disse que a captura destes meliantes foi graças a denúncias feitas pela população.

“Fomos informados sobre a ocorrência do crime e começamos diligências na comunidade. Através de algumas fontes foi possível identificar e capturar os indiciados. Já foi lavrado um processo que será entregue ao tribunal. É um trabalho que estamos a fazer com profundidade para saber se há ou não envolvimento da filha no caso”, explicou.

Mindú disse que na zona de Nhantomoca, em Mandie, no mesmo distrito, um cidadão matou, com recurso à enxada, uma cidadã e roubou 800 meticais. O crime aconteceu numa machamba da vítima e foi encontrada depois de alguns dias. Em conexão com o caso, um jovem encontra-se detido, em Guro.

“O corpo apresentava golpes. Trabalhamos e conseguimos localizar o suposto criminoso. Também encontramos a enxada usada no crime com sinais de sangue”’, disse.

Jornal Notícias, em https://noticias.mmo.co.mz

Leia também: Professora acusada de encomendar morte da sua mãe em Manica

Uma mulher é acusada de ter encomendado o assassinato da sua própria mãe, de 60 anos de idade, no distrito de Guro, província de Manica, supostamente porque era feiticeira.

Belinha Chazuca, de 33 anos de idade e professora afecta à Escola Primária de Bunga, contratou, segundo a Polícia da República Moçambique (PRM), quatro indivíduos – também detidos – para executarem o crime.

De acordo com os seus comparsas, ela responsabilizava a mãe pelo seu pretenso insucesso na vida e manifestou o desejo vê-la morta.

Um dos quatro cidadãos contratados para executar o homicídio, confessou que tirou a vida da anciã à noite e contou com a ajuda de um amigo, o qual disse que “a professora Belinha queria a sua mãe morta (...)”.

A anciã foi morta quando se encontrava a dormir, à noite, segundo o jovem a que nos referimos, argumentando que os seus comparsas não admitem ter participado na morte da senhora porque estão detidos e pretendem alegar que são inocentes.

Segundo ele, a própria mandante, Belinha Chazuca, não assume os seus actos porque já foi descoberta. “Ela disse que a sua mãe era feiticeira e devíamos matá-la”.

Consumado o acto, um dos integrantes apoderou-se dos bens da malograda e aguardou-os em casa da sua namorada, de nome Nelsa João.

Por sua vez, Nelsa narrou que o seu namorado, que responde pelo nome de Cardoso, não revelou que os bens que deixara em casa dela tinham sido roubados nem que ele participou no assassinato da senhora em alusão.

“Assustei-me quando a Polícia chegou e ouvi que na zona foi assassinada uma senhora”, cujo bilhete de identidade “achei na pasta da roupa que meu namorado trouxe”.

Mateus Mindú, porta-voz da PRM, relatou que a investigação prossegue com vista a apurar se Belinha Chazuca encomendou ou não a morte da mãe.

Apesar de não terem sido apanhados em flagrante, todos os acusados permaneciam detidos até ao fecho desta edição, porque a corporação acreditava são haver provas bastantes de que cometeram o crime de que são acusados.