O Primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria das Neves, lidera o PAICV, partido no poder a caminho de concluir a terceira legislatura e nunca lhe escutamos falar assim do cimo da montanha para que todos o escutassem. Foi sempre "bokasinhu".
O seu apelo surge numa altura em que a Europa e o mundo que o acarinha está em crise económico-financeira. E, por outro lado, culturalmente sabemos todos que os cabo-verdianos preferem assumir mil vezes a identidade que chamam de "atlântica" (ou até algo bastardo e por ai fora) em lugar da genuína africana.
Pergunto: será que as lideranças europeias, americanas e asiáticas, etc., é que são visionárias? Será que este não é um apelo à subversão política no continente africano cujas lideranças o próprio "Ocidente" que lhe terá emprestado a voz, suporta? Ou, então, será que esse espalhafato todo não passa de vaidade pessoal, por um lado, para mostrar que Cabo Verde é o modelo de democracia e de desenvolvimento que o continente africano precisa e por outro, um pré-anúncio da sua candidatura a Presidência da República daquele? Oh, my God, tenha juízo senhor! Tanto alarido para quê?
Afirmou José Maria das Neves aos jornalistas: "África precisa de novas lideranças que sejam visionárias e comprometidas com o bem comum do continente africano, lideranças que possam colocar tudo o que África possui ao serviço do continente e da dignidade dos africanos". E depois salientou: "África é um continente com grandes potencialidades e, com uma outra orientação dos governantes, dos dirigentes e a sociedade civil poderemos ir muito longe e debelar os males como os conflitos, a miséria, cuja liderança a o tráfico de pessoas, as doenças e as várias calamidades que ainda a afectam".
Fidjus di Guiné nô iabri udju na kabeça...
E na soronda Imperialismu na ronda...