Se a Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) nunca se rivaliza com a União Europeia (UE), ou com outras organizações regionais ou sub-regionais do mundo, como ousa continuar irreverente em relação à Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO)?
Defendeu António Patriota, presidente da Configuração Específica para a Guiné-Bissau na Comissão da Paz das Nações Unidas que CPLP está em vantagem para ajudar a melhorar a "gestão pública" da Guiné-Bissau, numa altura em que há promessas de milhões de euros para aplicar, na nossa terra.
Então, a Guiné-Bissau dirigiu-se ao mundo, em Bruxelas, pedindo apoio que foi amplamente respondido. Todos conhecemos, por exemplo, a robustez das promessas ou contribuições da CEDEAO. Pergunto: onde estava a CPLP e quais foram as suas promessas ou contribuições? Vão-me responder que a organização não visa esses fins.
Outra questão: se a Guiné-Bissau é um Estado soberano e o mercado é livre, como pode o Embaixador Patriota entrar, logo num momento desses, em cogitação, com ideias segregacionistas, falando em "vantagem" para a CPLP?
O Embaixador Patriota - sem prestar o devido cuidado à variável: Guiné-Equatorial na sociologia da CPLP, e não só - justificou a sua escolha discriminatória pela pertença ao espaço linguístico comum. Mas, desde quando o problema da CPLP deixou de ser o de procura desenfreada e tentativas de recuperação do "mercado colonial" para as suas empresas; ingerência nos assuntos internos dos seus Estados membros, etc., para se enveredar pelos objectivos iniciais que estiveram na génese da fundação da organização, e que eram os da promoção da língua portuguesa no mundo? É preciso ter muita lata!
Nhu Ntoni toma li!