A história diz que o Serviço Aéreo Especial (SAS), regimento britânico criado em 1941, foi dissolvido em 1945, após o fim da Segunda Guerra. Mas a realidade não foi bem assim. 'Caçadores de Nazistas', novo livro do aclamado jornalista e documentarista Damien Lewis, revela que uma unidade secreta do SAS continuou a lutar nas sombras, empenhada em uma missão não oficial para caçar criminosos da SS e da Gestapo. Mantido em segredo até mesmo do governo britânico, o grupo capturou sigilosamente mais de cem oficiais nazistas – muitos dos quais haviam conseguido evitar os Julgamentos de Nuremberg – e levou-os à justiça.
A página mais secreta na história do SAS
No final de 1944, um grupo de paraquedistas do SAS saltou sobre as montanhas dos Vosges, na fronteira franco-alemã, para ajudar a Resistência Francesa e minar o último bastião de defesa de Hitler no território ocupado. Era o início da Operação Loyton, uma das últimas e mais controversas ações do Regimento.
Devido ao mau tempo e falhas na inteligência, os homens desembarcaram sobre uma divisão Panzer alemã. Sem comida, armamento ou rota de fuga, finalmente encontraram refúgio na aldeia francesa de Moussey. Após vasculharem a área por semanas, os militares alemães capturaram 31 soldados do SAS, entregando-os à Gestapo e à SS. Eles jamais foram vistos novamente. Tempos depois, provou-se que foram friamente torturados e executados. Centenas aldeões também foram presos, deportados e desapareceram.
Ao fim da guerra, o comandante do SAS na época recusou-se a aceitar essa situação, entendendo que o Regimento tinha por obrigação procurar os desaparecidos, identificar seus algozes e fazer justiça. Mas havia um problema: o SAS estava prestes a ser oficialmente dissolvido. Porém, com o apoio do próprio Winston Churchill, um pequeno e seleto grupo foi incumbido de rastrear os desaparecidos da Operação Loyton e de Moussey e perseguir seus assassinos. Eles formaram uma unidade ultrassecreta e clandestina conhecida como “Caçadores Secretos”. Seguindo as trilhas dos criminosos de guerra desde a Itália à Noruega, do oeste da França à Alemanha e às zonas de ocupação russa, eles empregaram todos os meios necessários e tiveram amplo sucesso em sua empreitada, prendendo mais de cem nazistas e levando-os a julgamento.
Embora não reconhecida, a unidade ultrassecreta operou até 1948 e conseguiu manter o SAS vivo por tempo suficiente para o que o Regimento ressurgisse nos anos 1950. A habilidade do grupo em rastrear assassinos tornou-se lendária e seus métodos ainda são ensinados às tropas atuais do SAS.
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