Donald Rickard, um antigo espião da Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA), revelou que teve um papel importante na prisão de Nelson Mandela. Rickard, que já morreu, fez esta revelação, só agora conhecida, em fevereiro.
O antigo espião confessou que foi uma denúncia sua às autoridades sul-africanas, na época do apartheid, que levou à detenção do histórico líder, em 1962.
«Soube quando é que ele ia viajar e como o ia fazer. Foi assim que estive envolvido, e foi assim que Mandela foi preso», revelou Donald Rickard em declarações ao realizador John Irvin, que só foram tornadas públicas este fim-de-semana, numa publicação do jornal Sunday Times.
Mandela esteve quase 28 anos na prisão. Já Rickard, que mais chegou a vice-cônsul dos Estados Unidos na África do Sul (enquanto ainda trabalhava para a CIA), garantiu que não estava arrependido do que fizera, explicando que à época Mandela era visto como um «comunista perigoso» e uma «ameaça ao Ocidente».
«Ele podia ter provocado uma guerra na África do Sul. Aí, os EUA teriam de intervir, e a situação poderia ter-se tornado num verdadeiro inferno. Estávamos no limite, e aquilo tinha de parar – ou seja, Mandela tinha de ser parado. E eu parei-o», contou o ex-espião.
Donald Rickard morreu em março, duas semanas após falar com o realizador John Irvin, que filmou o filme Mandela’s Gun e que pediu ajuda a um jornalista do Sunday Times para investigar o processo de detenção do líder sul-africano.
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