quinta-feira, 19 de maio de 2016

MINISTÉRIO PÚBLICO DA GUINÉ-BISSAU AVERIGUA LEVANTAMENTO DE 41 ME DAS CONTAS DO ESTADO

Lusa 19 Mai, 2016 - O Ministério Público da Guiné-Bissau anunciou que está a averiguar o levantamento de 41 milhões de euros de contas do Estado.

"O Ministério Público vai continuar a desenvolver o seu trabalho para saber o destino dado ao dinheiro em causa" e apurar eventuais responsabilidades criminais, refere-se no comunicado divulgado na quarta-feira à noite.

De acordo com o comunicado, foi ordenado o congelamento de várias contas do Estado e o Ministério da Economia e Finanças é um dos "principais suspeitos" de corrupção na gestão de fundos públicos. 

Contactada pela agência Lusa, fonte daquele ministério referiu não ter conhecimento "de qualquer levantamento de verbas de que se fala".

A mesma fonte acrescentou que o Banco Central da África Ocidental (BCEAO) congela as contas do Tesouro Público de forma "automática" sempre que há "qualquer situação de instabilidade política governativa" - como é o caso, depois de o Presidente da República ter demitido o Governo há uma semana.

Seja como for, "mesmo nesse caso, o Governo é autorizado a fazer as chamadas despesas de soberania", concluiu. 

O trabalho do Ministério das Finanças da Guiné-Bissau tem sido elogiado pela generalidade dos parceiros estrangeiros, nomeadamente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), desde que o guineense Geraldo Martins deixou o Banco Mundial, onde trabalhava, para assumir a pasta.

Aquele ministro foi também um dos responsáveis pela preparação da mesa de doadores de 2015, em Bruxelas, que angariou mil milhões de euros de promessas de apoio ao país.

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), partido no poder desde as eleições de 2014, acusa o Procurador-Geral da República (PGR), Sedja Man, de estar a fazer uma "caça às bruxas" que visa debilitar o Governo.

O PGR foi nomeado a 23 de novembro de 2015 pelo Presidente da República, José Mário Vaz, em substituição de Hermenegildo Pereira (entretanto recrutado pelas Nações Unidas), numa altura em que já tinha eclodido uma crise política no país.

Depois de eleito, o Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, revoltou-se contra a liderança do partido que o levou ao poder em 2014 e já demitiu dois governos daquela força política.

Lusa, em RTP