Embaixador António Patriota disse à Rádio ONU que o país africano de língua portuguesa pode contar com o compromisso brasileiro; nação sul-americana lidera configuração de paz para a Guiné dentro de Comissão da ONU.
Mônica Grayley, da Rádio ONU.
A Guiné-Bissau pode seguir contando com o apoio do Brasil para atravessar o impasse político que está vivendo, há quase um ano, após a demissão do governo do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira.
Naquele momento, a Guiné-Bissau tentava se reerguer de uma crise política surgida em abril de 2012, quando o país sofreu um golpe de Estado. Em seguida foram organizadas eleições diretas que restabeleceram a ordem democrática.
Orçamento
Mas desde a demissão do governo Simões Pereira pelo presidente José Mário Vaz, a nação africana de língua portuguesa tem lidado com vários desafios políticos. Um deles é a aprovação do orçamento nacional e de reformas no setor da segurança.
Nesta terça-feira, o Conselho de Segurança reuniu-se em Nova York para debater a situação da Guiné-Bissau. Um dos participantes do evento foi o embaixador do Brasil junto nas Nações Unidas, Antonio Patriota.
O país assumiu a liderança da configuração para a Guiné-Bissau da Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas.
Nesta entrevista à Rádio ONU, Patriota afirmou que o Brasil está comprometido a ajudar a Guiné-Bissau e falou da cooperação entre ambas as nações de língua portuguesa.
Potencial agrícola
"Temos desenvolvido ações também no plano bilateral para apoiar tanto o governo como a sociedade. Existem operadores também no setor privado que demonstram grande entusiasmo, por exemplo, pelo potencial agrícola de Guiné-Bissau, que é um país de terras férteis com abundância de água. De modo que este compromisso brasileiro sim persistirá com o crescente entusiasmo, espero, à medida que as instituições se consolidem, que a democracia se consolide, haverá inúmeras oportunidades para parcerias em uma variedade de áreas."
Antonio Patriota lembrou ainda que qualquer decisão deve ser tomada pelos guineenses, e que a comunidade internacional tem de levar em conta que o apoio não deve conter interferências em assuntos que têm de ser decididos pelos líderes e pelo povo da Guiné.
Patriota encerrou a entrevista lembrando que a posição brasileira reflete este compromisso do Brasil com a estabilidade de longo prazo na nação africana.