sábado, 27 de agosto de 2016

JAPÃO PROMETE 30 MIL MILHÕES DE DÓLARES A ÁFRICA

 
Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África arrancou este sábado com promessa de investimentos nipónicos no valor de 30 mil milhões de dólares. Jovem moçambicana falou à RFI sobre diferenças na forma de trabalhar entre japoneses e moçambicanos.


Em Nairobi, a capital do Quénia, arrancou hoje a Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África.
 
O Japão prometeu investir 30 mil milhões de dólares na África nos próximos três anos, em investimentos públicos e privados, para industrializar, melhorar os serviços de saúde e estabilizar o continente.

Esta é a primeira vez que a reunião se realiza em território africano e não na capital japonesa, como acontecia desde a primeira edição, em 1993.
 
A reunião é organizada pela ONU, União Africana, Banco Mundial e Japão.
 

Tóquio quer consolidar a sua posição no mercado africano, dominado pelo gigante asiático vizinho, a China. As trocas comerciais entre o Japão e África alcançaram 24 bilhões de dólares em 2015, muito abaixo dos 179 mil milhões entre o continente africano e a China.
 
À margem da conferência, o Banco Mundial e o Fundo Mundial de Luta contra a Sida, a Tuberculose e o Paludismo anunciaram investimentos na ordem dos 21 mil milhões de euros em África nos próximos três a cinco anos para ajudar no desenvolvimento dos sistemas de saúde do continente.
 
Cerca de 30 chefes de Estado participam nesta conferência que termina no domingo, nomeadamente o presidente de Moçambique, Filipe Niusy. O primeiro-ministro são-tomense também participa no encontro.
 
“Há uma grande diferença” entre moçambicanos e japoneses na maneira de trabalhar
Lúcia Senwayo é agente de marketing na Empresa Nacional de Hidrocarburos de Moçambique. A moçambicana de 27 anos passou três anos no Japão graças à bolsa de estudos « African Business Education ». O programa abrangeu cerca de 800 jovens africanos desde que começou, em 2014. No ano de lançamento, a bolsa contemplou 156 jovens de oito países e, em 2015, a ajuda chegou a estudantes de 33 países.
 
Lúcia quer servir de "ponte" para os negócios entre Moçambique e o Japão até porque se apercebeu que as formas de trabalhar são muito distintas entre os dois países.
 
De alguma forma nós serviremos de ponte ou de canal entre Moçambique e Japão no futuro. A empresa para a qual trabalho tem ligações ou projectos com empresas japonesas, o que de alguma forma facilita o contacto entre a minha empresa e essas empresas japonesas e também entre Japão e Moçambique”, declarou a jovem à jornalista da RFI Aabla Jounaïdi.
 
Por acaso fiquei bastante impressionada com o povo japonês e, principalmente num ambiente de negócios, algumas questões como a pontualidade e também o nível de honestidade são pontos que são levados em conta a sério no Japão. Para mim foi uma experiência relevante. Há uma grande diferença entre a maneira como nós, moçambicanos, trabalhamos e como os japoneses trabalham”, declarou.