Abidjan - Uma testemunha acusou nesta segunda-feira a antiga primeira-dama da Côte d'Ivoire, Simone Gbagbo, de ter distribuído armas, noticia AFP.
Esta acusação foi feita em Abidjan durante a retomada do seu processo por crimes contra a humanidade.
"Gbagbo distribuiu armas! Gbagbo organizou uma distribuição de armas em Abobo", um bairro pró -Ouattara, o actual presidente ivoiriense, acusou o testemunha, um sexagenário.
Essa testemunha também evocou uma "atmosfera de medo e de trauma", no seu bairro durante a crise pós-eleitoral de 2010-2011, que causou mais de 3.000 mortos em cinco meses.
Simone Gbagbo é acusada também de estar implicado na repressão sangrenta no bairro de Abobo e de ter ordenado tiros de obuses contra o mercado.
Segundo a acusação, a mulher do antigo presidente Laurent Gbagbo fazia parte de uma célula de crise que planificava e organizava os ataques, através das milícias e das forças armadas próximas do regime.
Interrogado pelo juiz Boiqui Kouadjo que lhe solicitou se ele tinha assistido a distribuição, a testemunha respondeu não ter visto pessoalmente a fazê-la, mas recebeu um fuzil calibre 12 mm que fazia parte do arsenal.
O processo foi retomado segunda-feira, após mais de dois meses de interrupção devido as férias judiciais.
Simone Gbagbo, de 67 anos, trajada de um vestido floreado, entrou na sala de audiência, um pouco magra, de mãos dadas com o seu advogado principal, Ange Rodrigue Dadje.
A defesa também anunciou ter solicitado que o processo seja "filmado e divulgado para que os ivoirienses o possam seguir".
O Tribunal de Abidjan julga desde 31 de Maio, Simone Gbagbo por crimes contra a humanidade, crimes contra prisioneiros de guerra e crimes contra civis cometidos durante a crise pós-eleitoral de 2010-2011.
A crise tinha sido causada pela recusa do ex-presidente Laurent Gbagbo de reconhecer a vitória do seu rival Alassane Ouattara na eleição presidencial de Novembro de 2010.
Enquanto isso, Simone Gbagbo já está cumprir uma primeira sentença de 20 anos de prisão por "colocar em perigo a segurança do Estado", pronunciado no ano passado.
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