A Associação dos Consumidores de Bens e Serviços da Guiné-Bissau (ACOBES) pediu hoje ao Governo para regular os preços dos bens de consumo de primeira necessidade à semelhança do que faz com os combustíveis e os transportes.
"À semelhança daqueles setores, pedimos que seja criado um organismo para disciplinar o nosso mercado em termos de especulação dos preços", afirmou Bambu Sanhá, secretário-geral da ACOBES.
Em causa está o aumento registado de vários bens de primeira necessidade, incluindo o arroz, base alimentar dos guineenses, e o óleo.
Segundo a ACOBES, a partir do mês do abril, o preço de um saco de 50 quilogramas de arroz aumentou de 16.500 (cerca de 25 euros) para 17.500 francos cfa (cerca de 26 euros) e o óleo alimentar era a 17.500 (cerca de 26 euros) e está a 22.500 francos cfa (cerca de 34 euros).
"O que se assiste ao nível do mercado é uma especulação dos preços de alguns produtos de primeira necessidade. É uma especulação porque não houve novos aumentos de novos impostos pelo Governo ou na Assembleia Nacional Popular. Houve aumentos de base tributária em 2011 e até hoje não houve novos aumentos de taxas e impostos", disse Bambu Sanhá.
Segundo o responsável, as autoridades têm conhecimento daquele aumento dos preços e "infelizmente não houve tomada de medidas" por parte do Ministério do Comércio, que pela sua "passividade" tem "legitimado" os aumentos.
Questionado sobre as razões para o aumento dos preços, o secretário-geral da ACOBES disse que poderá estar relacionado com a campanha de caju, porque este ano o preço base aumentou.
O caju começou a campanha a 500 francos cfa o quilograma, mas está atualmente a ser vendido entre 800 e 1.000 francos cfa.
"Houve uma concertação de uma forma anónima dos operadores económicos para tentar reduzir as despesas relativamente ao preço. A partir desse momento conseguimos detetar e constatar aqueles aumentos no mercado", disse.
Ou seja, explicou, aqueles que importam arroz são também aqueles que exportam caju e quando têm desvantagem na margem de lucro fazem as suas próprias normas, que não são oficiais.
"Isso para nós é grave", disse.
Fonte: Lusa, in http://www.dn.pt