quarta-feira, 2 de agosto de 2017

PJ LANÇA SETE OPERAÇÕES PARA DESMANTELAR REDES CRIMINOSAS NO PAÍS

A Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau desencadeou operações com vista a desmantelar redes ‘criminosas’ existentes no país, desde falsificadores de documentos, venda de notas pelos professores aos alunos, desvio de fundos nas obras de reabilitação dos Correios, venda indevidas dos medicamentos no hospital nacional ‘Simão Mendes’, conta o director nacional da PJ, Bacari Biai, durante uma conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, 02 de agosto corrente.
 
A PJ desencadeia uma operação denominada de ‘Avioneta de Gabú’, cujo alvo é uma rede de falsificação de documentos de identificação civil, onde a Polícia Judiciária tem dados ‘probatórios’ que indiciam um suposto funcionário do Ministério da Justiça do Registo e Identificação colocado em Gabú que a revelia do seu Ministério, decidiu criar seu próprio gabinete em Bissau, no bairro de Aeroporto onde emite vários documentos. Sobre este caso, a PJ deteve vários documentos, desde certidões, cópias de livros. O indiciado já foi detido e está sob alçadas do Ministério Público que prosseguirá com as investigações. Operação ‘Olhos de Lupa’ visa a Farmácia do Hospital Nacional Simão Mendes, onde a polícia constatou indícios de crimes de peculato [ficar com dinheiros e Administração Danosa] e de eventual subfacturação nas compras de medicamentos.
 
Em ‘Olhos de Lupa’, segundo o Diretor Nacional da PJ, Bacari Biai foram detidos 7 indivíduos e todos já encaminhados para o Ministério Público. Outra operação em curso batizada de ‘Kansaré’ visa essencialmente as instituições estatais instaladas no interior do país, que supostamente têm praticado certos crimes, cuja operação ainda não terminou, mas a PJ já dispõe de elementos probatórios que indiciam más práticas nestas instituições, por exemplo nas atribuições de Alvarás falsas aos comerciantes, cuja quantia paga não entra para os cofres do Estado. Inquieto com as más práticas no país, a PJ abriu uma outra frente, desta feita tem a ver com a Operação ‘Rato’ direcionada aos Correios da Guiné-Bissau, em que de acordo com Biai está em causa 300.000.000 (Trezentos Milhões) de francos CFA para a reabilitação do edifício de correios do país. Segundo os dados na posse da PJ, concorreu apenas uma única empresa e de seguida foram subcontratadas outras empresas sem concurso.
 
Neste processo aos olhos da PJ, existem inúmeras contratações ilegais realizadas por um indivíduo suspeito que a revelia de todos os elementos do Conselho da Administração dos Correios, assinou pessoalmente contratos com muitas empresas sem nenhum concurso público. Conforme a explicação do director nacional da Polícia Judiciária, a soma de 300 milhões de francos cfa desapareceram sem que as obras fossem terminadas. Acrescentou ainda que o suspeito foi detido e será brevemente encaminhado para o Ministério Público.
 
Na Operação ‘Boca no Fumo’ foram detidos duas pessoas na posse de um quilograma de
Liamba e já estão sob alçadas do Ministério Público. Uma operação inédita, visando o setor do ensino guineense denominado de ‘Caderno Diário das Notas’ com o propósito de limpar o sistema educativo do país, onde a PJ diz ter na sua posse elementos que indiciam cerca de 30 alunos que compraram as notas junto aos professores, cuja operação está em curso.
Ainda no capítulo de falsificação dos documentos, a PJ desencadeia operação chamada de ‘Documentos Limpos’, cujo alvo são os passaportes, através da qual a PJ deteve um cidadão nigeriano na posse de um passaporte de serviço da Guiné-Bissau, sendo o mesmo indivíduo a reclamar ser diretor de serviços e recursos humanos de um Ministério do país, mas a Polícia Judiciária concluiu que é uma falsificação. Neste particular, Bacari Biai exortou a todos os detentores dos passaportes diplomatas e de serviço sem direitos para os devolverem antes de serem obrigados a responder perante à justiça guineense. Esta operação também está ainda em curso, o número um da PJ pediu a colaboração de todos os guineenses para o sucesso das ações em curso, visando “limpar o país”.
 
Recorde-se que numa anterior operação denominada ‘Corta Unhas’, a Polícia Judiciária deteve 20 funcionários das contribuições impostos suspeitos de corrupção, cujo processo está no Ministério Público.
 
 
Por: Sene Camará