O racismo fez aumentar a procura de sémen americano entre os brasileiros, que acreditam dar um futuro melhor aos filhos se eles forem caucasianos.
Loiros, pele clara, olhos azuis. Este é o bebé com que a maior parte dos pais sonham, por ser o estereótipo da beleza ocidental. Porém, este ideal ultrapassou fronteiras e é também a ambição dos progenitores brasileiros.
Segundo o The Wall Street Journal, a procura por sémen americano no Brasil aumentou exponencialmente nos últimos seis anos, tendo registado um crescimento de 3.125 por cento. Dados revelados pelo jornal mostram que em 2011 foram importados apenas 16 tubos, contra os 500 de 2017.
A publicação explica que a razão desta corrida pelos filhos brancos reside no racismo presente na sociedade brasileira. Ou seja, os brasileiros acreditam que tendo bebés brancos em vez de negros estão a dar-lhes um futuro melhor.
"O Brasil compra quase todo o esperma importado de doadores caracterizados como caucasianos. Quase um terço dos espécimes são de doadores loiros e 52 por cento é de homens com olhos azuis. A preferência por cores brancas reflete o racismo persistente em um país onde a classe social e a cor da pele se correlacionam com a precisão gritante", lê-se na reportagem.
Os maiores importadores são casais heterossexuais (41%), seguidos por mães solteiras (38%). Os casais lésbicos também surgem aqui destacados, representando 21 por cento dos compradores.
Um frasco de sémen pode custar até quase R$ 5 mil, ou seja, cerca de 1200 euros.
Fonte: DN