O Chefe da Missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), Tobias Rasmussen, afirmou esta segunda-feira, 02 de Abril 2018, que a implementação do programa de Facilidade de Crédito Alargado (FCA) foi satisfatória na medida em que todos os critérios quantitativos de desempenho e metas indicativas para a quinta avaliação foram cumpridas.
Tobias Rasmussen falava no final dos trabalhos da quinta avaliação do programa apoiado pelo FMI na Guiné-Bissau, ao abrigo da Facilidade de Crédito Alargado, realizado no ministério das finanças. Na ocasião, Tobias Rasmussen revelou que a instituição financeira internacional chegou a um acordo com as autoridades guineenses sobre as políticas económicas necessárias para concluir a quinta avaliação, ao abrigo do Facilidade de Crédito Alargado (FCA) e a prorrogação por mais um ano do programa. Justifica, no entanto, que a prorrogação do programa tem como objetivo apoiar a continuidade em face do iminente período eleitoral e preencher um diferencial emergente na balança de pagamentos.
“Acordo ao nível do corpo técnico está sujeito à aprovação do Conselho de Administração do FMI que no início de junho deste ano deverá considerar o relatório sobre a quinta avaliação da Facilidade de Crédito Alargado (FCA) e prorrogação do programa. Mediante tal aprovação será disponibilizado para Guiné-Bissau cerca de 4,4 milhões de dólares americanos”, informou Tobias Rasmussen.
O responsável da missão do Fundo Monetário Internacional assegurou neste sentido que atividade económica mantém-se dinâmica graças a elevados preços do caju, aumento do investimento e a gestão económica prudente. Acrescenta ainda que se estima em 5,9 por cento, o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017. A inflação está na média de 1,1 por cento e um défice externo da conta corrente de 0,5 por cento do PIB.
“As perspectivas económicas são amplamente positivas e o investimento público que deve ajudar a colmatar lacunas nas infra-estruturas essenciais, concluindo no fornecimento de eletricidade. Ao mesmo tempo, os termos das condições de comércio da Guiné-Bissau deterioraram-se com preços mais altos nas importações de petróleo e parecendo as perspectivas para exportações de caju menos favoráveis do que no ano passado”, espelhou Tobias Rasmussen.
Nesse sentido, o chefe da Missão do FMI da quinta avaliação alerta que para ajudar a garantir a continuidade das tendências económicas positivas será importante reforçar o progresso feito na gestão económica rigorosa e aumento de investimento que exigirá uma estreita coordenação entre as entidades envolvidas e uma melhor integração nos processos orçamentais, a manutenção de um setor financeiro sólido a luz do alto nível de crédito mal parado e fortalecimento da supervisão bancária e da aplicação das normas prudenciais.
A missão da quinta avaliação do FMI liderado por Tobias Rasmussen esteve no país de 21 de Março a 3 de Abril do ano em curso. Durante esse período, a delegação reuniu-se com Presidente da Republica, José Mário Vaz, primeiro-ministro, Artur Silva, Ministro das Finanças, João Aladje Fadiá, Diretora Nacional do BCEAO, Helena Nosolini Embaló, Vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Mamadu Turé, e outras entidades como a sociedade civil e do sector privado.
Por: Aguinaldo Ampa
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