quinta-feira, 24 de julho de 2014

A RÚSSIA DEVE PAGAR PELOS SEUS ATOS. E ISRAEL?


A Casa Branca exige que Putin responda pela queda do MH17, mas defende os atos israelenses na Faixa de Gaza

 Roberto Amaral – Carta Capital, opinião

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em discurso na Casa Branca, afirma que a Rússia deve arcar com as consequências dos atos seus. Certo, todos devem arcar com as consequências de seus atos. Os EUA inclusive. Quando, a propósito, os EUA responderão pela destruição do Iraque? O sr. José Manuel Mourão, da União Europeia, diz, em entrevista à Folha de S.Paulo em 17 de julho, que “A Rússia tem de decidir se quer fazer parte da comunidade internacional – respeitando valores e princípios – ou se se quer  isolar e seguir um rumo diferente”.  E quais são os "valores e princípios" dessa comunidade internacional? Não disse e não lhe foi perguntado.

Dizem os EUA e a OTAN que a Rússia estimulou a insurgência que resultou no levante da Crimeia e seu pedido de retorno ao território russo (ao qual pertencia até 1974), reintegração que a Rússia aceitou de pronto, formalizando-a em ato de seu Parlamento (algo que lembra a anexação de quase metade do México pelos EUA…). Diz-se ainda que a Rússia alimenta os insurgentes em Donetsk que permanecem em luta contra as tropas de Kiev. Um avião da Malaysia Airlines foi abatido no espaço aéreo ucraniano quando sobrevoava o território conflagrado, obra provável dos rebeldes. Daí a condenação internacional, daí os embargos políticos e econômicos que se acumulam contra o governo Putin. Assim a Rússia sofre as consequências de seus atos.

Sabe-se que Israel (protegido política e militarmente pelos EUA) ocupa territórios de países como a Síria ao arrepio de resoluções do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral da ONU e de decisões da Corte Internacional de Justiça.

Israel está, sistematicamente, instalando colonos em territórios árabes. Israel, com sua moderna força aérea e sua marinha, está assassinando civis na faixa de Gaza, bombardeando bairros residenciais densamente povoados, escolas e hospitais. Bombardeou, até, uma praia na qual crianças se divertiam. Pode chamar-se esse ataque de estratégia de defesa? Israel, com seus bravos soldados dentro de potentes tanques de guerra, está invadindo a faixa de Gaza para enfrentar (isto é, assassinar) civis desarmados. Leia o artigo completo