quarta-feira, 23 de julho de 2014

REPRESENTANTE DA UA NA GUINÉ-BISSAU PARTICIPOU NA CIMEIRA DA CPLP


Díli - O Representante Especial da União Africana (UA) na Guiné-Bissau, Ovídio Manuel Barbosa Pequeno, participou na X Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na capital de Timor-Leste, esta quarta-feira, 23 de Julho.

Na sua intervenção, o Representante Especial da UA na Guiné-Bissau reiterou a disponibilidade da organização que representa para, «na qualidade de parceiro internacional preocupado com a situação na Guiné-Bissau, tudo fazer para que respostas comuns aos problemas que enfrenta o povo irmão da Guiné- Bissau sejam encontradas».

Ovídio Pequeno lembrou que a reunião do Conselho de Paz e Segurança da organização continental, organizada a 17 de Junho, pediu à Comissão da UA, entre outras questões, para tomar todas as medidas necessárias com vista a mobilizar apoios dentro do continente, incluindo a inserção da Guiné-Bissau na lista dos países beneficiários da Iniciativa de Solidariedade Africana.

O Embaixador lembrou ainda que a UA foi a primeira organização a levantar a suspensão do país, o que permitiu a participação do Presidente da República, José Mário Vaz, logo depois da sua tomada de posse, na Cimeira da UA em Malabo, Guiné-Equatorial, abrindo a porta para a normalização das relações com a União Europeia (UE) e a participação da Guiné-Bissau na Cimeira África/EUA.

O Representante Especial saudou a instalação das novas instituições legitimas, particularmente a base alargada que caracteriza o novo Governo e, observando a fragilidade das instituições do Estado, declarou que «por mais vontade que o Governo tenha, se não for dada a ajuda necessária, não conseguirá resolver os problemas profundos de que padece um pais onde o Estado quase deixou de existir».

«Ao mesmo tempo que lançamos um veemente apelo à comunidade internacional e aos nossos parceiros para uma ajuda mais célere à Guiné-Bissau, é imperioso desafiar os próprios guineenses a um entendimento, a um sentido de responsabilidade e de patriotismo na defesa dos interesses superiores da nação», sublinhou.

«Neste sentido, é preciso defender e continuar a lutar por uma verdadeira reconciliação nacional através de um diálogo permanente entre as forças vivas do país, onde todas as mulheres e homens se sintam úteis, e sobretudo arregaçar as mangas e, como se diz na Guiné-Bissau, meter a mão na lama», reiterou o responsável da UA.

Na sua intervenção, Ovídio Pequeno enfatizou ainda a necessidade de os parceiros internacionais, nomeadamente a CEDEAO, a CPLP, as Nações Unidas, a União Africana, a União Europeia e a OIF, levarem a cabo mais uma missão conjunta com o objectivo de analisar com o Governo as prioridades urgentes do país e perspectivar a preparação da Conferência Internacional de Doadores, prevista este ano, acrescentando que essa missão poderá ser aproveitada para fazer uma análise profunda, em conjunto com as autoridades nacionais, sobre a transformação da ECOMIB depois da expiração do seu mandato, em finais de 2014.

A necessidade de se criar um mecanismo de seguimento e de coordenação, já recomendada nas duas últimas missões conjuntas, de forma a evitar a dispersão das energias e dar mais eficiência à acção da comunidade internacional na sua interacção com as autoridades nacionais, foram também aspectos salientados durante o discurso que proferiu na X Cimeira da CPLP.

O Embaixador realçou o papel de destaque desempenhado por Timor-Leste na Guiné-Bissau, o que contribuiu positivamente para a organização das eleições Gerais de Abril e Maio de 2014, permitindo revigorar a esperança do povo guineense num futuro melhor. Fonte: Aqui