domingo, 5 de abril de 2015

DEMOCRACIA EM ÁFRICA: COMO GOODLUCK JONATHAN ELES ACEITARAM A DERROTA COM FAIR PLAY

O mundo saudou o gesto republicano do presidente Goodluck Jonathan, que reconheceu na Terça-feira, 31 de Março de 2015, a sua derrota face ao candidato da oposição, o Ex-general Muhammadu Buhari. Antes dele outros dirigentes  se retiraram depois da derrota eleitoral.

Fonte: jeuneafrique.com

Tradução: Bamabaram di padida

Mathieu Kerekou : (Benin 1991)

 

Após ter governado o Benin com mão de ferro entre 1972 e 1991, Mathieu Kerekou aceitou convocar uma « conferência nacional » que agrupou todas forças vivas do país. Presidida pelo Arcebispo de Cotonou da epoca, Mgr. Isidore de Souza, a conferência abriu o país ao multipartidarismo e eleições transparentes  em 1991. Derrotado pelo opositor e Primeiro-Ministro de transição Nicéphore Soglo, Mathieu Kerekou, aceitou o resultado e se retirou temporariamente da cena política do Benin.
 
Pierre Buyoya : (Burundi 1993)

 

Pierre Buyoya e Mathieu Kerekou tiveram um destino presidencial quase similar. Chegou ao poder através de um golpe de estado em 1987, concordou conduzir o Brundi rumo à democracia no início dos anos 1990. Pierre Buyoya organiza e perde as primeiras eleições livres e transparentes do país em 1993 face ao seu opositor Melchior Ndadaye. Voltou ao poder em 1996 a 2003.

André Kolingba : (República Centro-Africana 1993)

 

O General  André Kolingba dirigiu a República Centro-Africana entre 1981 e 1993 após ter derrubado o presidente David Dacko. Aceita o multipartidarismo em 1991 e organiza uma eleição presidencial dois anos mais tarde. André Kolingba é amplamente derrotado por Ange-Félix Patassé e aceita o veredicto das urnas. Suas tentativas subsequentes de retornar ao poder  foram infrutuosas.
 
Nicéphore Soglo : (Benin 1996)

 

Cinco anos após ter ganho a primeira eleição presidencial (post-Conférence nationale), Nicéphore Soglo foi derrotado nas urnas por seu eterno rival Mathieu Kerekou. Nicéphore Soglo rapidamente reconhece sua derrota e é empossado líder da oposição do Benin antes de ser eleito em Dezembro de 2002 o presidente/prefeito do município de Cotonou, a capital económica do Benin. Hoje, os dois ex-rivais - que vivem em Benin - são considerados sábios na paisagem política do país do rei Béhanzin.
Abdou Diouf : (Senegal 2000)
A eleição presidencial de março de 2000 constitui um marco importante na evolução democrática do Senegal. Após ter sucedido em 01 de Janeiro de 1981 à Léopold Sédar Senghor, Abdou Diouf, foi eleito em 1983 depois reeleito em 1988 e em 1993. Derrotado na segunda volta de eleição presidencial de 2000 por seu opositor Abdoulaye Wade, Diouf se retirou da vida politica e assumiu em Outubro de 2002 a liderança da organização internacional da francofonia(OIF).

Abdoulaye Wade : (Senegal 2012)


Após ter tentado sem sucesso, em 1978, 1983, 1988 e 1993, Wade se tornou presidente em março de 2000, depois de vencer a segundo volta das eleições contra Abdou Diouf. Reeleito em 2007, o cantor de "Sopi" (mudança em Wolof) é derrotado na eleição presidencial de março de 2012 por Macky Sall. Wade aceita a derrota e passa o testemunho ao seu sucessor em 12 de abril.

Joyce Banda : (Malawi 2014)

Em 2009, Joyce Banda do Malawi, foi nomeado vice-presidente pelo presidente Bingu wa Mutharika. Ela sucedeu o último que morreu em 7 de abril de 2012. Joyce Banda se candidatou as presidenciais de 20 maio de 2014, onde foi derrotada por Peter Mutharika. Depois de anunciar a anulação das eleições alegando  "irregularidades graves", Joyce aceita a derrota e passa o testemunho ao seu oponente.