quarta-feira, 30 de setembro de 2015

BURKINA FASO : DESARMAMENTO DA GUARDA PRESIDENCIAL

Guarda no campoo Naaba Koom, no Burkina Faso
Guarda no campoo Naaba Koom, no Burkina Faso
REUTERS/Arnaud Brunet

O general Gilbert Diendéré, autor do golpe de Estado abortado no Burkina Faso, encontra-se esta tarde numa embaixada, num momento em que decorrem negociações para que o general seja entregue às autoridades de transição do país.
 
Segundo um comunicado emitido, esta tarde, pelo governo de transição do Burkiina faso; "estão em curso negociações para que o general Gilbert Diendéré seja entregue às autoridades de transição". O comunicado que não indica em que embaixada se encontra, esta tarde, Gilbert Diendéré.
 
O desarmamento dos membros da guarda presidencial no Burkina Faso continua em curso. O Governo de Ouagadougou diz que o grupo de soldados leais ao general Gilbert Diendéré continua a recusar depor as armas. Manifestação que acontece depois da União Africana (UA) ter levantado as sanções aplicadas após o golpe de Estado.

Os membros da guarda presidencial no Burkina Faso foram dissolvidos por decreto presidencial para serem integrados noutras unidades do exército do país. O aeroporto de Ouagadougou foi encerrado depois das tropas terem cercado a área à volta do quartel da antiga guarda presidencial. Esta unidade de elite que elevou a cabo o golpe de Estado conduzido pelo general Gilber Diendéré a 16 de Setembro, e que continua armada, aumentando o receio de confrontos.
 
Embora os membros da guarda presidencial tenham sido formalmente dissolvidos na passada sexta-feira, os seus efectivos não depuseram as armas e continuam nos quartéis, causando um novo impasse ao Governo, que os acusa de fomentar novos problemas.
 
O Regimento de Segurança Presidencial do Burkina Faso é composto por cerca de 1300 militares que detiveram, há duas semanas, o Presidente interino, Michel Kafando, e o Primeiro-ministro, Isaac Zida.
 
Entretanto, as sanções da União Africana dirigidas aos membros da guarda presidencial do Burkina Faso foram levantadas, mas a UA alertou que estas poderão voltar a ser aplicadas se os autores do golpe de Estado tentarem impedir a transição.
 
A UA mostrou-se firme quanto à resolução da crise no Burkina Faso qualificando de "terroristas" os autores que tentaram derrubar o governo de transição no país. O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPSUA) lembrou a determinação que a UA tem em por fim ao impasse político "de uma vez por todas".
 
O Presidente de transição Michel Kafando agradeceu a organização panafricana pela mensagem clara; "sem deixar espaço para interpretações ambiguas". RFI