Ouagadougou - Pelo menos um soldado do Regimento da Segurança Presidencial (RSP), que tomou o poder no golpe de Estado a 16 de Setembro último no Burkina Faso, morreu e um outro ficou ferido, num confronto ocorrido nesta terça-feira entre os golpistas e elementos das forças fiéis, soube-se de fontes de segurança.
A mesma fonte disse tratar-se de um ataque lançado pelas forças fiéis contra posições da Junta militar dirigida pelo general Gilbert Diendéré, aparentemente em reacção ao termo do ultimato para a rendição dos golpistas.
Enquanto isso, o líder dos golpistas em Burkina Faso, o general Gilbert Diendéré, sem excluir a luta armada, disse nesta terça-feira que continua a negociar com o exército legalista, mas que esperaria a mediação regional, que deve se reunir em Abuja para acabar com a crise.
"Nós não queremos lutar, mas vamos nos defender eventualmente", disse o general Diendéré à imprensa, enquanto unidades do exército eram mobilizadas na capital Ouagadougou e exigiam a rendição dos militares golpistas.
Em uniforme militar, o general recebeu uma dúzia de jornalistas num grande anexo do Palácio Presidencial Kosyam. Soldados da sua facção pareciam surpreendentemente relaxados.
"Iniciamos as discussões e tivemos trocas frutuosas para encontrar uma solução", declarou o general.
Sublinhou que não querem derramar sangue para ficar no poder. "É inútil derramar sangue ou fazer massacres", acrescentando Diendéré, ex-braço direito do ex-presidente Blaise Comparado, derrubado após 27 anos de poder em Outubro de 2014.
Salientou que gostaría de encontrar um terreno comum sobre a forma mais pacífica possível para evitar criar problemas para a paz.
O general insistiu na mediação da Comunidade Econômica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO).
O projecto de saída da crise da CEDEAO está a ser estudado nesta terça-feira numa cimeira extraordinária e prevê a restauração das autoridades de transição em Burkina Faso, incluindo o presidente interino Michel Kafando, mas também amnistia para os golpistas e reintegração dos partidários do presidente deposto Blaise Compaoré na competição eleitoral.
O projeto irritou a sociedade civil e foi mal recebido pelas ruas, principalmente quanto a amnistia oferecida aos golpistas.
A violência que acompanhou o golpe de Estado militar realizado a 17 de Setembro em Burkina Faso deixou pelo menos 10 mortos e 113 feridos, segundo fontes hospitalares. Fonte: Aqui