segunda-feira, 28 de setembro de 2015

CHEFES HUTUS RUANDESES CONDENADOS NA ALEMANHA

Dois chefes da rebelião hutu ruandesa foram condenados esta segunda-feira pela justiça alemã a 13 e oito anos de prisão, por orquestrarem a partir da Alemanha crimes de guerra e contra a humanidade no leste da República Democrática do Congo.
 
O presidente e o vice-presidente das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), Ignace Murwanashyaka e Straton Musoni, foram condenados, respetivamente, a 13 e a oito anos de prisão por um tribunal de Estugarda (sudoeste), onde estão a ser julgados desde 4 de maio de 2011. Arriscavam-se à pena de prisão perpétua.
 
Os dois homens, de 51 e 54 anos, e que vivem na Alemanha há mais de 20 anos, deviam responder inicialmente por 26 crimes contra a humanidade e 39 crimes de guerra, cometidos entre janeiro de 2008 e a sua detenção, em novembro de 2009, assim como pela «direção de uma organização terrorista no estrangeiro». No entanto, o tribunal abandonou três quartos das acusações, para se concentrar nos homicídios.
 
Segundo o procurador federal Christian Ritscher, Murwanashyaka ordenou mais de 200 assassínios e «numerosas» violações por parte das suas milícias, bem como a utilização de civis como escudos humanos e de crianças-soldados.
 
As FDLR foram criadas em 1994 por hutus, incluindo alguns dos que participaram no genocídio do Ruanda e que fugiram para a vizinha República Democrática do Congo.
 
O julgamento foi marcado por problemas de tradução e pressões sobre as testemunhas, tendo sido igualmente prejudicado «pela distância geográfica e pela natureza coletiva dos massacres», segundo o professor Andrej Umansky, especialista de direito penal na Universidade de Colónia (oeste). Fonte: Aqui