O desenvolvimento da conectividade de alta velocidade em muitos países africanos mostra, mais uma vez, a forma como as economias emergentes saltam por vezes os estádios de desenvolvimento tradicionais para acelerarem o seu crescimento económico. Diz a BBC que os governos destes países estão a apostar em ligações de internet 4G, mais rápidas, acreditando que estas darão um impulso à economia. E este avanço tecnológico já faz a diferença em muitos pequenos negócios.
«Ter um acesso à internet muito mais rápido significa fazer mais trabalho», diz Yomi Adegboye, um empreendedor nigeriano que tem um blog muito popular no país, onde faz análises a telemóveis e outros gadgets. A ligação 4G teve um impacto «enorme» no seu trabalho, refere. «Consigo trabalhar online muito mais rapidamente agora do que conseguia antes. Os downloads são mais fáceis. Isto permite uma maior eficiência e um apoio ao cliente mais rápido», acrescenta.
Adegboye foi um dos primeiros nigerianos – e africanos – a ter acesso a internet móvel 4G, num programa da empresa de telecomunicações Smile Group. A CEO, Irene Charnley, disse à BBC que a necessidade de serviços de dados de alta velocidade é muito maior em países onde não há a infraestrutura «tradicional», por cabos.
Mas porque é que se passa diretamente para o 4G, num continente onde grandes intervalos de terra não têm 3G nem sequer um sinal de telemóvel 2G, nem muito menos internet por cabo? Porque «a 4G é a forma mais rápida e eficiente em termos de custos de aceder aos serviços digitais», diz Charnley. «O 4G é totalmente diferente em termos de qualidade, fiabilidade e velocidade… Não é como o 2G (…) nem sequer como o 3G», acrescenta.
Os clientes 4G em África têm velocidades médias de download de 6Mbps, mas alguns alcançam os 21 Mbps. É uma média muito boa quando comparada com a das redes 3G europeias, por exemplo. E esta aceleração é uma grande vantagem para os donos de pequenos negócios. «É um mundo completamente diferente da 3G que eu usava», resume Adegboye. «É muito mais rápido, e muito mais estável e fiável do que tudo o que alguma vez usámos.»
No entanto, o alcance do 4G não é pleno nem igual em todos os pontos. Com a tecnologia a avançar a passos largos (e a saltar etapas), a população rural teme perder estes avanços, já que as operadoras tendem a concentrar-se em zonas mais populosas, e urbanas. Bongo Futuse, porta-voz da sul-africana Vodacom, quase diz o mesmo: «O alcance depende de um número de fatores, incluindo a disponibilidade de espetro, a logística, uma base de utilizadores adequada, a penetração do uso de smartphones e outras questões. (…) Estes fatores tendem a ditar uma estratégia de desenvolvimento que começa pelas áreas urbanas. Só depois segue para as rurais». Fonte: Aqui