segunda-feira, 21 de setembro de 2015

PRIMEIRO TRANSPLANTE DE CABEÇA MARCADO PARA 2017

No início deste ano, Sérgio Canavero, cirurgião italiano, surgiu com a informação da ocorrência do primeiro transplante de cabeça da história. Este acto poderá ocorrer em Dezembro de 2017 – previsão de Valery Spiridonov, o paciente. A data exacta e o local ainda são indefinidos.
 
Aos 30 anos, Spiridonov é portador da Doença de Werdnig-Hoffman – um tipo de atrofia muscular espinhal que resulta em enfraquecimento muscular ainda sem nenhum tipo de tratamento conhecido. O cérebro se desenvolve normalmente, significando que o paciente tem plena noção dos riscos envolvidos, todavia, está disposto a enfrentar a cirurgia.
 
Uma equipe de médicos liderada pelo cirurgião Canavero planeja o primeiro “transplante de cabeça” da história. O procedimento, que colocará a cabeça de uma pessoa em outro corpo, deve levar 36 horas ao todo, e requer uma equipe médica de mais de 150 pessoas.
 
“Segundo os cálculos de Canavero, se tudo der certo, dois anos é o tempo necessário para verificar todos os cálculos científicos e planear os detalhes do procedimento. Não é uma corrida. Sem dúvida, a cirurgia será feita assim que todos os médicos e especialistas tiverem 99% de certeza de sucesso“, contou Spiridonov à agência russa Sputnik.

Procedimento
 
Durante o procedimento, a cabeça de Spiridonov será resfriada, para desacelerar a taxa de decomposição de suas células. Em seguida, as veias e artérias do pescoço serão ligadas a máquinas que manterão o fluxo de sangue na cabeça durante o transplante. A medula espinhal será então rompida e preparada para encaixe no novo corpo.
 
Serão utilizadas injeções de polietileno glicol para auxiliar a fusão dos tecidos conjuntivos e células. Por último, os músculos, nervos, artérias e veias da cabeça de Spiridonov serão conectados ao novo corpo. A recuperação pós-operatória deve levar até um ano, segundo os médicos.

Riscos
 
Obviamente, a operação apresenta riscos enormes. As dificuldades do procedimento cirúrgico são apenas alguns deles, pois existe também a possibilidade de o corpo novo rejeitar a cabeça. Segundo Arthur Caplan, diretor de ética médica do Langone Medical Centre na Universidade de Nova York, é possível também que o corpo seja “sobrecarregado por novos caminhos e química aos quais não está acostumado e fique louco.“
 
Comentando sobre a operação, o doutor Hunt Batjer, presidente da Associação Americana de Cirurgiões Neurológicos, disse que “não desejaria isso para ninguém” e que “não permitiria que alguém fizesse isso comigo, pois há muitas coisas piores que a morte“.
 
 
Em 1970, um procedimento semelhante foi realizado em um macaco. Ele sobreviveu à cirurgia, mas viveu apenas oito dias depois, pois o corpo rejeitou a cabeça. Além disso, a tecnologia da época não permitiu que a nova cabeça se conectasse apropriadamente à nova medula.
 
Veja o vídeo aqui, um TED Talk com Sérgio Canavero, no qual ele fala sobre as tecnologias que permitem esse tipo de procedimento. Fonte: Aqui

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