terça-feira, 15 de setembro de 2015

FÓSSIL DO PRIMEIRO HUMANO ENCONTRADO NA ETIÓPIA

O homem mais antigo de que se tem conhecimento viveu há cerca de 2,8 milhões de anos, na Etiópia, segundo dois estudos publicados pela revista Science. A descoberta foi feita a partir de parte de uma mandíbula, encontrada em 2013 no país.
 
Até agora, os fósseis mais antigos descobertos do género Homo, que agrupa as espécies que evoluíram até ao Homem moderno (Homo sapiens), datavam de há aproximadamente 2,4 milhões de anos. «Apesar de muitas investyigações, os fósseis da linhagem Homo com mais de 2 milhões de anos são raros», afirmou um dos autores dos estudos, Brian Villmoare, da Universidade de Nevada, nos Estados Unidos.
 
A descoberta ajuda a esclarecer mais sobre um período ainda pouco desvendado pela ciência, compreendido há entre 2 e 3 milhões de anos, em que o Homem começou a perder as características de macaco e passou a manusear ferramentas, transformando-se aos poucos no Homem moderno.

Batizado de LD 350-1, o referido fóssil possui traços do hominídeo (primata parecido com o homem) Australopithecus afarensis, que tinha feições de macaco e cujo exemplar mais famoso, denominado Lucy, foi encontrado a 60 quilómetros do local onde estava a mandíbula. O mais curioso é que o LD 350-1 tem também características observadas na linhagem Homo, como dentes molares pequenos.
 
Para os investigadores, são necessários mais estudos para determinar a que espécie pertence o fóssil. Ainda assim, acreditam que o LD 350-1 ajudará a preencher o elo que faltava descobrir entre o Homem e os seus ancestrais. Erin DiMaggio, investigadora do departamento de geociências da Universidade da Pensilvânia, liderou um dos dois estudos, que confirmou a idade do fóssil. O cálculo foi feito a partir de diferentes sistemas de datação, como análises radiométricas das camadas de cinzas vulcânicas onde a mandíbula foi encontrada. As rochas e os fósseis vegetais em análise «permitem lançar luz não somente sobre uma linhagem humana mas sobre o estabelecimento de um entorno geológico no qual viveram os primeiros Homo», explica a investigadora. Fonte: Aqui