quarta-feira, 23 de setembro de 2015

FAÇÕES NO BURKINA FASO ASSINAM ACORDO

O exército do Burkina Faso e os golpistas assinaram na noite desta terça-feira um acordo para evitar um confronto, que apresentaram nas instalações de Mogho Naaba, rei dos Mossis (etnia maioritária no país), uma autoridade tradicional muito respeitada.
 
Entre os cinco pontos do acordo, o Regimento de Segurança Presidencial (RSP), autor do golpe de Estado de 17 de setembro, compromete-se a «aceitar o acantonamento» na sua base no campo Naaba Koom II e a «ceder os postos de controlo» que ocupa «na cidade de Ouagadougou».
 
As forças «lealistas» prometem, por sua parte, «recuar as tropas em 50 quilómetros» e «garantir a segurança do pessoal (do RSP) e das suas famílias».
 
CEDEAO vai enviar nova missão de paz
 
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiu também esta terça enviar uma nova missão de mediação para o Burkina Faso, para recolocar em funções o Presidente, Michel Kafando, deposto num golpe de Estado militar na semana passada.


Os chefes de Estado «decidiram enviar amanhã (hoje, quarta-feira) uma delegação de chefes de Estado para restabelecer Michel Kafando nas funções de Presidente de transição no Burkina Faso», anunciou o presidente da Comissão da CEDEAO, Kadré Désiré Quédraogo, no final de uma cimeira extraordinária em Abuja, capital da Nigéria.
 
Os dirigentes apelaram «à guarda presidencial que deponha as armas e às outras unidades do exército que não usem a força, para evitar a perda de vidas humanas», disse.
 
Os Presidentes estiveram esta terça reunidos na Nigéria para discutir a crise provocada pelo golpe de 17 de setembro no Burkina Faso pelo Regimento de Segurança Presidencial (RSP) do antigo Presidente Blaise Compaoré, afastado em outubro do poder.
 
Os presidentes do Senegal, Macky Sall, e do Benim, Thomas Boni Yayi, estiveram no fim de semana passado na capital do Burkina Faso, Ouagadougou, para negociar um acordo, mas a situação alterou-se na segunda-feira, depois de unidades do exército leais ao regime de transição terem entrado na capital e enfrentado o RSP e o líder dos golpistas, o general Gilbert Diendéré, antigo «braço direito» de Compaoré.
 
As unidades militares leais ao Presidente Kafando afirmaram entretanto ontem, terça, terem «capacidade e recursos» para atacar os golpistas, enquanto o primeiro-ministro de transição, Isaac Zida, apelou aos antigos camaradas do RSP, de que foi dirigente antes da deposição de Compaoré, para «regressarem às fileiras do povo».
 
O golpe ocorreu duas semanas antes das eleições presidenciais e legislativas, previstas para 11 de outubro, que deverão acabar com o período de transição. Fonte: Aqui

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