terça-feira, 22 de setembro de 2015

EX-CHEFE MILITAR DA GUINÉ-BISSAU ZAMORA INDUTA CONDUZIDO A PRISÃO MILITAR EM MANSOA

Atualiz. 16:38
 
Bissau, 22 set (Lusa) -- O ex-chefe do Estado-Maior das Forcas Armadas da Guiné-Bissau Zamora Induta foi hoje conduzido para uma cela no quartel de Mansoa, no centro do país, disse à Lusa o advogado do contra-almirante, José Paulo Semedo.
 
De acordo com o advogado, Zamora Induta foi levado para a prisão do quartel de Mansoa por ordens do Tribunal Superior Militar mas sem que o próprio causídico tivesse sido notificado dos motivos.
 
"Confirmo que o contra-almirante foi levado para Mansoa e neste momento já se encontra numa cela naquela unidade militar", disse à Lusa José Paulo Semedo, que se deslocou ao Tribunal para "perceber o que é que se passa".
 
"Segundo a lei e na qualidade do advogado do contra-almirante devia ser informado, notificado de qualquer medida que lhe é imposto, mas nada disso aconteceu", observou Paulo Semedo.
 
Para o advogado, Zamora Induta "esteve sequestrado" durante mais de um mês na sua própria residência, uma vez que "esteve sob restrição de movimentos" por ordens do Tribunal Militar que colocou três agentes à porta da sua casa.
 
"Agora sai de um sequestro e vai para prisão preventiva", acrescentou José Paulo Semedo.
O contra-almirante voltou ao país, vindo de Lisboa, onde se encontrava a residir desde que fugiu da Guiné-Bissau, na sequência do golpe de Estado de abril de 2012, para a recolha de dados para uma tese de doutoramento que está a preparar.
 
Antes de regressar ao país, Induta, segundo o seu advogado, comunicou as autoridades políticas e militares dos seus intentos, mas acontece que dias depois foi chamado a depor no Tribunal Militar de Bissau num processo de alegada tentativa de golpe militar ocorrido em outubro de 2012 em que é apontado como um dos líderes.
 
Das audições Zamora Induta viu-lhe "decretada prisão domiciliária" que o seu advogado considera de sequestro por não constar da lei guineense.
 
A Lusa tentou mas sem sucesso contactar o Tribunal Militar Superior.
 
MB // PJA