Os mandados internacionais contra Blaise Campaoré, ex-presidente do Burkina Faso afastado do poder após uma mobilização popular, foram anulados pelo Supremo Tribunal. Blaise Campaoré era nomeadamente acusado de ter assassinadoThomas Sankara, presidente morto aquando do golpe de Estado em 1987 que levou Campaoré ao poder.
O ex-presidente do Burkina Faso encontra-se na Costa de Marfim desde que foi derrubado do poder em 2014. Adquiriu a cidadania marfinense, o que dificulta a extradição para o Burkina Faso. Era acusado de assassínio, atentado e de dissimulação de cadáver.
Além disso, a justiça do Burkina Faso também anulou o mandado internacional que visava o presidente da Assembleia Nacional Marfinense.
Guillaume Soro era acusado de ter uma implicação directa na tentativa de golpe de Estado que ocorreu em Setembro de 2015.
As provas baseavam-se nomeadamente numa conversa telefónica que este teria tido com Djibrill Bassolé, ex-ministro dos negócios estrangeiros de Blaise Campaoré. Ambos rejeitaram qualquer implicação, considerando que se tratava tudo de uma manipulação.
O Burkina Faso teve eleições em Novembro de 2015, onde Roch Marc Christian Kaboré foi eleito presidente. Um dos principais objectivos de Kaboré é combater a corrupção.
O economista luso-guineense residente em Ouagadougou, na capital do Burkina Faso, Hélder Cardoso, considera que a anulação dos mandados foi uma medida para preservar as boas relações com a Costa do Marfim. Ele ressalva todavia que a contestação contra Blaise Campaoré, essa sim, mantém-se.