domingo, 17 de abril de 2016

CRÓNICA: GUINÉ-BISSAU PAÍS DE ʺLALALILOʺ

image
Estamos a viver num país que não tem princípio nem fim e que vive a girar em torno do sol como uma nave sem rumo numa órbita sem objetivo, que viaja sempre em círculo em torno de uma via orbital invisível, sem fim, numa rota constante de ʺLALALILOʺ.
 
Estes políticos não nos levarão a lugar algum, e para sair da monotonia do dia e da noite e da angústia de saber que somos prisioneiros e condenados à morte, é preciso que o povo da Guiné-Bissau acorde e atue de acordo com os seus direitos, para sairmos no lamaçal em que fomos metidos pelos nossos governantes.
 
Somos prisioneiros do tempo num movimento de luz e trevas, dia e noite, estamos presos material e espiritualmente na pátria de Abel Djassi. Uma pátria sem rumo que vive gerindo o seu próprio destino como se estivesse desgovernada em torno do sol, uma estrela que nos condenou a ficar dependente da sua luz e dos seus raios, numa prisão cósmica.
 
Como esta crise é gigantesca e para não ficarmos no tédio, criamos civilizações para fugir do clientelismo dos nossos políticos. A humanidade criou as drogas para iludir a angústia do sofrimento rotineiro e festas para minimizar o sentimento desses condenados com a falsa alegria dos sons, danças, bebidas e fumos dos nossos dirigentes.
 
Guiné-Bissau país de ʺLALALILOʺ está caminhando com a insegurança e na ausência do poder do Estado. Caminha também na avareza, inveja e na corrupção.
 
Tudo o que fazemos em cima deste país, é nada mais que um simples sonho fictício para iludir os sentidos, porque não sabemos quem somos, nem para onde vamos e muito menos de onde e como viemos.
 
Essa incógnita de ʺLALALILOʺ, deixa a Guiné-Bissau fora de órbita e emocionalmente desesperada.
 
A sociedade guineense dividiu-se por causa dos ditos políticos que estão a construir casas de luxo e a curtir carros de zero quilómetro num país onde os funcionários públicos recebem salários miseráveis.
 
Ninguém é livre na pátria de Cabral, porque estamos a ser dirigidos por incapazes que só pensam nos seus interesses, não nos do povo que lhes dão poder para dirigir o país a fim concorrer com os outros países do mundo.
 
Nas últimas décadas, o mundo tem assistido a mudanças significativas no sistema da democracia. Na democracia representativa, os cidadãos escolhem os seus representantes para conduzir os destinos do país. Modelo esse que a Guiné-Bissau adoptou de forma participativa e inclusiva.
 
O sistema democrático garante aos cidadãos os seus direitos na Constituição, o mesmo sistema político oferece múltiplos canais e processos de expressão de interesses, permitindo assim para que a vontade popular possa ser respeitada, homenageando assim os combatentes da liberdade de pátria que deram as suas vidas para hoje conseguirmos estar livres e independentes.
 
Infelizmente, estamos sim, no ʺLALALILOʺ, abandonados num presídio planetário a mercê dos nossos políticos mas um dia tudo isso acaba ou por intervenção do homem ou da natureza.    O que tem começo, tem um fim e tudo que sobe um dia terá de descer.
 
Jornalista Aguinaldo Ampa