O director clínico dos serviços do Hospital Militar Principal, Augusto Mendes, disse ao jornal O Democrata que a situação da greve nos hospitais públicos do país, deixou o seu estabelecimento “superlotado”, por ser o único que não pode aderir à greve.
Acrescentou ainda que devido à situação da paralisação em curso no sector alguns pacientes chegam ao hospital num estado “muito grave” da doença, e já se registou 13 óbitos em seis dias.
Em entrevista exclusiva ao semanário guineense, na passada quarta-feira, 13 do Abril, Augusto Mendes mostra-se preocupado com a situação de greve que já está a fazer vítimas.
Mendes informou que todos os serviços deste centro hospitalar encontram-se “superlotados” com maior destaque para os da maternidade e da medicina interna.
Em seis dias de greve o Hospital Militar atendeu cerca de setenta e seis casos. Face ao aumento da frequência, o responsável indicou que a distribuição de colções aos pacientes visa facilitar o atendimento médico.
Os pacientes que podem já receber tratamentos ambulatórios foram mandados para casa, precisou.
Mendes mostrou-se indignado com a ausência de consensos entre o governo e os sindicatos para o fim de paralisações no sector de saúde.
“O Hospital Militar Principal não tem falta dos técnicos profissionais para fazer face à situação de atendimento dos pacientes. Porém, a dificuldade tem a ver com casos de doação de sangue devido à ausência no hospital de um banco de sangue para socorrer doentes”, assinalou.
Sem apontar o nome, o médico refere que o Hospital Militar “é visto como um centro fora do sistema” e a sua fatia no orçamento para a área da saúde é insignificante.
“Não tomam em consideração que o Hospital Militar é o único hospital público que não faz greve pela sua natureza. Devia merecer um orçamento que o permita assegurar-se nos momentos de crises”.
Segundo Augusto Mendes, para evitar paralisações cíclicas no sector de saúde, os funcionários devem ser pagos mediante o trabalho que fazem em prol da saúde de qualidade a todos os cidadãos .
A equipa do jornal que visitou os serviços de Hospital Militar Principal constatou um número muito elevado de pacientes internados no centro, sendo uma parte desses internados oriundos do interior do país a procura de tratamento médico.
Por: Aissato Só