LIVRO SOBRE DESCOLONIZAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU É LANÇADO EM LISBOA

Por, RFI

 

As edições Colibri acabam de publicar em Portugal um livro sobre o período da descolonização na Guiné-Bissau. Na sua obra, Jorge Sales Golias realça o vínculo entre o processo de independência do país e o movimento dos Capitães.

Foi lançado nesta quinta-feira em Lisboa, no Palácio da Independência, o livro "A Descolonização da Guiné-Bissau e o Movimento dos Capitães", assinado por Jorge Sales Golias.

 

Na obra publicada nas edições Colibri, o autor conta as primeiras impressões da sua chegada a Bissau, faz uma caracterização da situação política e militar de então e termina com uma descrição do processo de independência, das tréguas e da descolonização.

 

Defendendo que o Movimento dos Capitães surgiu em Bissau com Otelo Saraíva Carvalho e Salgueira Maia, Jorge Golias conta também a forma como o grupo criado na capital guineense viria a transformar-se em Movimento das Forças Armadas (MFA).

Jorge Sales Golias nasceu em Portugal em 1941 em Mirandela. Participou na guerra colonial (Guiné 1972-74) e no 25 de Abril de 1974.

Foi chefe de gabinete do Encarregado do Governo da Guiné, membro da assembleia do MFA e adjunto do Chefe de Estado-Maior do Exército. Pelo seu papel no 25 de Abril tem o seu nome inscrito no monumento aos capitães de Abril, em Grândola.

 

Na entrevista que o autor deu a RFI, Jorge Sales Golias insistiu sobre a ligação entre a Guerra colonial, a formação do Movimento dos Capitães e o derrube do Estado Novo: "O movimento dos Capitães começou na Guiné porque queríamos acabar com esta guerra absurda [...] Tivemos a consciência que para acabar com a guerra, tínhamos que acabar primeiro com o regime ditatorial."

 

Jorge Sales Golias, autor da obra "A descolonização da Guiné-Bissau e o Movimento dos capitães"