Ponto a reter: Abdou Jarju, embaixador da Gâmbia na Guiné-Bissau afirma que "se Adama Barrow tomou posse em Dacar é para lhe permitir tornar-se comandante em chefe das forças armadas da Gâmbia e isso lhe dá legitimidade para poder pedir qualquer ajuda da parte da CEDEAO".
Adama Barrow prestou juramento na embaixada gambiana da capital senegalesa. E isto não obstante a recusa do presidente cessante Yahia Jammeh em deixar o poder. O exército nigeriano procedeu entretanto a voos de reconhecimento sobre Banjul.
Adama Barrow agradeceu à CEDEAO, União Africana e à ONU pela ajuda na crise política e alegou tratar-se de um dia histórico por a Gâmbia, pela primeira vez desde a independência em 1965, ter viabilizado uma transição política através das urnas.
O novo chefe de Estado admitiu que circunstâncias excepcionais o tinham obrigado a esta cerimónia em Dacar e, num discurso de unidade, prometeu trabalhar em prol da coesão nacional.
Barrow alegou ser ele "a partir de agora o presidente da Gâmbia quer tenham votado por mim ou não". Nesta eleição não houve derrotado, acrescentou ele.
O novo líder gambiano apelou às instituições internacionais para o apoiarem por forma a se restaurar a legalidade e lançou o repto às forças armadas para que se submetam à legalidade.
Eis aqui a tradução escrita de um extracto do primeiro discurdo do presidente gambiano (pode ouvi-la abaixo no link):
"Circunstâncias excepcionais obrigaram-me a prestar juramento hoje aqui.
Quero fazer um apelo especial à cedeao, ua e onu particularmente o conselho de segurança para apoiarem o governo e o povo da Gâmbia por forma a restaurar-se a soberania e a legitimidade constitucional.
Apelo a todos os civis e pessoal do Estado a apoiar a minha presidência por ela se basear na constituição.
Não há derrotado nesta eleição.
A partir de hoje sou eu o presidente da Gâmbia quer tenham votado por mim ou não.
Como comandante em chefe das forças armadas apelo a todo o pessoal das forças armadas e demais agentes de segurança para que se mantenham fieis à constituição e à república.
Que os chefes militares me dêem provas da sua lealdade para comigo como seu comandante em chefe sem mais demoras.
Eu insto todos os membros das forças armadas a permanecer nos seus quarteis, os que forem encontrados na posse de armas de fogo sem a minha autorização serão considerados rebeldes."
Abdou Jarju, embaixador da Gâmbia na Guiné-Bissau afirma que "se Adama Barrow tomou posse em Dacar é para lhe permitir tornar-se comandante em chefe das forças armadas da Gâmbia e isso lhe dá legitimidade para poder pedir qualquer ajuda da parte da CEDEAO".
O embaixador gambiano começa no entanto por referir que são muitos os rumores mas garante que "Yahya Jammeh continua em Banjul e teria pedido ontem ao Presidente da Mauritânia Mohamed Abdel Aziz, que intercedesse junto do seu homólogo senealês Macky Sall no sentido de lhe dar tempo e teria imposto as suas condições como manter-se na Gâmbia, com seguranças da sua confiança".
Fonte: RFI