A Justiça do Paquistão condenou uma mãe à pena de morte por assassinar sua filha como punição por ter se casado com um homem sem o consentimento de sua família.
Parveen Bibi confessou diante de um júri, na cidade de Lahore, que ateou fogo em sua filha, em Junho do ano passado, por “trazer vergonha a seus familiares”.
A polícia paquistanesa afirma que Zeenat Rafiq, filha de Parveen, de 18 anos, se casou às escondidas com um homem chamado Hassan Khan e fugiu para viver com ele e sua família. A Justiça condenou Parveen à pena de morte após concluir que ela, com a ajuda de um irmão de Zeenat, descobriu onde a filha estava morando e espancou a jovem. Posteriormente, a mãe jogou querosene sobre Zeenat e ateou fogo.
Ainda de acordo com a polícia, após a morte de Zeenat, nenhum integrante de sua família reivindicou uma busca pelo seu corpo, cabendo à família do marido o enterro dos restos carbonizados da jovem.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, casos de violência contra a mulher têm tido um crescimento galopante no país. Em 2015, foram registados mais de 1,1 mil casos de “crimes de honra” envolvendo vítimas mulheres.
Em Outubro, o parlamento paquistanês aprovou um projecto de lei que pune de forma mais severa estes chamados “crimes de honra”, como, por exemplo, o caso de Zeenat, que se casou e fugiu com um homem sem consentimento familiar, infringindo “valores conservadores”.
Anteriormente, um réu poderia escapar da punição judicial de pena de morte diante do perdão de familiares da mulher assassinada ou violentada. Com a nova lei, é possível que parentes perdoem o acusado, mas ele ainda permanece passível de uma condenação à prisão perpétua.