O Ministério dos Recursos Naturais colocou onze máquinas na última sexta-feira, 26 de maio 2017, à disposição dos habitantes das onze (11) tabancas nos arredores de Saliquenhe, setor de Farim, região de Oio, situadas na zona do jazigo do fosfato. No leque da ajuda destacam-se sete (7) máquinas de descasque de arroz e quatro moinhos de milho, cujo orçamento é estimado em 40.000.000 (quarenta milhões) de francos CFA, proveniente do fundo de mineração.
O gesto do governo aconteceu no decurso de uma visita efetuada àquela localidade pelo ministro dos recursos naturais, Barros Bacar Banjai, em resposta à solicitação do Presidente da República, José Mário Vaz, depois da sua ‘Presidência Aberta’ na cidade de Farim, onde os populares levantaram preocupações sobre os fundos da prospecção mineira a que dizem ter o direto. Em resposta, o ministério da tutela afetou as tabancas com máquinas de descasque de arroz e moinhos de milho.
Barros Bacar Banjai afirmou que o fosfato da Guiné-Bissau é de muito boa qualidade, e que é a riqueza de Farim, de Saliquenhe,das tabancas nos arredores e da Guiné-Bissau em geral, e que o benefício reverterá para todos os guineenses. De seguida, mostrou que o executivo pauta-se por uma gestão transparente no processo das indústrias extrativas e esclareceu que o fosfato de Farim está ainda numa fase de prospecção, não de exploração.
Banjai prometeu que o governo irá estabelecer programas sociais com todas as empresas, de acordo com o plasmado na lei nacional das mina, e que entende que através dos projetos sociais torna-se possível responder às demandas da população, no que tange às vias de acesso, água potável, candeeiros solares, tratorese escolas.
“O governo espera pelos parceiros com capacidade financeira e técnica para responder às necessidades da população”, refere o titular da pasta dos recursos naturais.
O representante da GB Minerals, Délio Darsamo, disse que a sua empresa já concluiu os estudos do impacto ambiental e social, assim como o estudo técnico-económico de viabilidade. E referiu que durante três anos, a GB Minerals trabalhou com a comunidade sobre o processo de reassentamento ou realojamento das populações afetadas, e que registaram 175 (cento setenta e cinco) casas, totalizando uma média de 2.800 (duas mil e oitocentas) pessoas.
Nos últimos tempos, a empresa focalizou-se na definição das zonas de construção de diques que vão proteger os jazigos de fosfatos, tendo registado árvores de fruta, nomeadamente cajueiros, mangueiros e outras árvores atingidas.
Já com banco de dados preenchido, a GB Minerals trabalha no orçamento que será aplicado no reassentamento da população registada, cujo mapa das novas instalações está a ser trabalhado e numa fase avançada. A empresa vai focalizar-se nos resultados, desde casas, igrejas e mesquitas.
SALIQUENHE RECEBE MINISTRO DOS RECURSOSNATURAIS EM AMBIENTE DE FESTA
Os populares das onze tabancas estão satisfeitos com a oferta do executivo e receberam o ministro dos recursos naturais num ambiente de festa, à entrada da aldeia de Saliquenhe, o palco do encontro com as onze tabancas que fazem parte das áreas do jazigo do fosfato.
Os habitantes da povoação das áreas do jazigo do fosfato manifestaram a sua satisfação com os materiais recebidos e apelaram ao governo guineense que olhe sempre para aquela população, como sendo a primeira vítima da prospecção e da futura exploração do fosfato de Farim.
O representante das mulheres, Mama Sissé, disse que nunca tinham recebido ajuda daquela natureza e acrescentou que a alegria atingiu todas as onze tabancas, porque há muito tempo que que queriam essas máquinas.
Mama Sissé disse que as mulheres das onze aldeias não estão a pensar nos ganhos do presente, mas sim do futuro dos seus filho se apontou, como exemplo dos danos que sofreram com a intervenção da empresa de prospecção mineira, GB Minerals, o desaparecimento das palhas(ervas altas) que exploravam para fazer de telhados das suas casas.
Os populares das onze aldeias mostraram-se, por isso, disponíveis e prontos para o futuro reassentamento das tabancas, desde que o Estado guineense e a empresa GB Minerals, solicitem ao ministério dos recursos naturais a aquisição de máquinas para agricultura (tratores) e candeeiros solares para a iluminação das vias entre as onze tabancas.
Em representação da juventude, Mandana N’dami disse que desde a independência, as áreas de jazigo do fosfato não receberam nenhum apoio de género e sublinhou que as máquinas doadas ajudarão as suas mães e mulheres a pouparem suas energias. Contudo, disse que esperam ainda mais apoios do governo, em relação às infraestruturas escolares, vias de acesso, água potável e energia renovável em Salquenhe, para que a população sinta a presença do Estado.
POPULAÇÃO DE FARIM PEDE REABERTURA DO INTERNATO DE MORÉS
Já no encontro com os anciões da cidade de Farim, também para juntos analisarem mais outra preocupação levantada aquando da ‘Presidência Aberta’ do Presidente da República, José Mário Vaz, a delegação ministerial abordou o assunto da rede de água de Farim.
Recentemente o ministério dos recursos naturais fez uma intervenção na melhoria e extensão da rede, mas é preciso uma nova intervenção para a melhoria de qualidade de água potável.
Na ocasião, os citadinos de Farim reiteram o pedido que fizeram ao Chefe de Estado relativo à reabilitação e consequente reabertura do famoso Internato ‘Osvaldo Vieira’ de Morés, com vista a facilitar os alunos que terminam o liceu em Farim. Assim poderão frequentar um centro de formação próximo dos familiares, ao invés de se deslocarem para longe da família a procura de um centro médio ou superior.
A questão da construção de ponte sobre o Rio Farim foi também uma das preocupações abordadas com o ministro Barros Bacar Banjai.
Por: Sene Camará
Fotos: SC
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