terça-feira, 15 de abril de 2014

AS DECLARAÇÕES DA EURODEPUTADA ANA GOMES É UM “ACTO RIDÍCULO, BARATO E GRATUÍTO” — PORTA-VOZ DO GOVERNO GUINEENSE


Fernando Vaz, ministro da Presidência da Republica e da Comunicação Social e porta-voz do Governo da Guiné-Bissau
Fonte: gbissau.com
“Esta senhora [Eurodeputada Ana Gomes] deve ter proferido estas afirmações depois do almoço” – Fernando Vaz
Bissau (GBissau, 15 de Abril de 2014) – O ministro de Estado da Comunicação Social e dos Assuntos Parlamentares da Guiné-Bissau criticou duramente as declarações da eurodeputada portuguesa Ana Gomes, segundo as quais, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) teria “patrocinado” o golpe de estado de 12 de Abril.
Fernando Vaz, que é igualmente o porta-voz do governo de transição, acusou Ana Gomes de querer “reacender os incêndios já extintos” ou porque a eurodeputada “não queria passar despercebida” na Guiné-Bissau, criando assim “este tipo de incidentes”.
O porta-voz do governo guineense disse que Ana Gomes terá que apresentar “no mínimo provas”, caso contrário as suas declarações de “tipo colonialista” não deixam de ser um “acto ridículo, barato e gratuíto”.
A eurodeputada portuguesa integra a missão de observação eleitoral da União Europeia na Guiné-Bissau. Numa das outras declarações, Ana Gomes disse que, “se alguém colocar em causa os resultados da votação de domingo passado, sofrerá as consequências”.
Para Fernando Vaz, o que a Guiné-Bissau precisa mais neste momento é a paz e a estabilidade. Para ele, estas condições têm sido possíveis graças aos apoios da CEDEAO. “A CEDEAO foi a organização que mais contribuiu para a pacificação da Guiné-Bissau”, afirmou o porta-voz do governo de transição.
Aliás, no ponto de vista de Fernando Vaz, se não fosse a assistência desta organização regional, as outras internacionais “não estariam na Guiné-Bissau neste momento para presenciar as eleições e reconhecê-las como justas e transparentes”. O ministro guineense considerou os posicionamentos das missões de observações internacionais como “um reconhecimento do mérito deste mesmo governo”.
Por fim, o porta-voz do governo disse esperar o reactar do relacionamento entre a Guiné-Bissau e a União Europeia depois destas eleições, tendo apelado “a contenção necessária” entre as partes.
Quanto às eleições gerais, Fernando Vaz que é também o líder partidário da União Patriótica Guineense (UPG), reconheceu a derrota do seu partido nas eleições legislativas do domingo. Na Guiné-Bissau, de acordo com Fernando Vaz, o voto é “uma expressão de quem tem mais dinheiro… as pessoas votam em quem dá mais dinheiro”. “Se o PAIGC ganhar, temos que o reconhecer. É o sistema que temos. O que eu sei é que nós perdemos”, concluiu Fernando Vaz.