A capital da Guiné-Bissau está desde sexta-feira passada sem
energia elétrica e a água canalizada aparece apenas de quando em vez nas casas
dos habitantes, devido à falta de gasóleo na central elétrica, disse hoje fonte
da empresa distribuidora daqueles serviços.
Wasna Papai Danfá, diretor-geral da EAGB (Empresa de Eletricidade e Água da
Guiné-Bissau), explicou que "a falta de luz e água" se deve, por um
lado, à fraca capacidade financeira da empresa em adquirir gasóleo para os
grupos eletrogéneos, mas também à avaria de alguns motores.
Dos nove grupos eletrogéneos que a empresa possui para fornecer energia
elétrica e distribuir água canalizada em Bissau, apenas seis estão
operacionais. Os restantes estão parados para manutenção, que deve durar 15
dias, disse Papai Danfá.
"Mesmo com a paragem desses grupos, se tivéssemos gasóleo podíamos dar
luz e água. O problema é mesmo a falta de gasóleo", esclareceu o diretor-geral
da EAGB, que pede a intervenção do governo.
Há muito que a empresa pública foi declarada como estando em falência
técnica, lembrou o diretor-geral da EAGB. Wasna Papai Danfá diz que a
"única esperança" que a empresa tem neste momento reside numa linha
de financiamento disponibilizada pelo Banco Mundial no valor de 22 milhões de
dólares. Com esse dinheiro a EAGB poderá comparar gasóleo durante os próximos
seis meses, fornecendo energia e água à população de Bissau.
No entanto, o dinheiro (17,2 milhões de dólares em empréstimo e 5,3 em
forma de donativo) ainda não foi entregue ao governo, que, por sua vez, irá
entrega-lo à empresa, porque ainda carece do visto da Procuradoria-Geral da
Republica.
"Se esse dinheiro não chegar até nós, não temos como fornecer energia
e água nos próximos tempos", declarou Papai Danfá.
Até segunda-feira passada a empresa ainda forneceu água canalizada mas o
diretor-geral da EAGB afirmou que essa possibilidade já não existe, porque os
20 mil litros de gasóleo que o governo deu à empresa já acabaram. Fonte: Aqui