quinta-feira, 3 de julho de 2014

“EIXO DO MAL”

Por: Okuto Pisilon
A CPLP virou um “observatório” estratégico direcionado contra a Guiné-Bissau,. Mais nenhum outro país da língua portuguesa merece esse tratamento, por mais tirano que o seu regime seja. É uma organização que nunca cumpriu o seu papel, por exemplo, de lutar para que o português torne uma  língua de trabalho nas Nações Unidas. Corrompida nos seus objetivos e já se esgrimem argumentos de legitimação de “ingerências nos assuntos internos” dos outros Estados e a criação de um “braço armado” para a manutenção dos seus negócios nesses países.   

O balanço que se pode fazer da atuação da CPLP, nestes dois anos, é curtíssimo. O Secretário Executivo Murade Isaac Murargy, definiu o papel desempenhado pela CPLP - durante a visita do Presidente moçambicano à sede da CPLP, em Lisboa, no âmbito da sua deslocação oficial a Portugal - como ator internacional ativo e credível na resolução da crise política na Guiné-Bissau.  Ora, sabe-se que a menção tem um destinatário: o recém-criado FORPALOP.  Portanto, a que nível a CPLP é ativo e credível? Se assim fosse não haveria necessidade dos cinco países africanos da língua oficial portuguesa criar um “órgão multilateral, privilegiando a concertação político-diplomática e de cooperação, bem como de aprofundamento das históricas relações de amizade e solidariedade”, no final de Junho, em Luanda. Por outro lado, a CPLP tem sido mais conhecido pelas romarias protagonizadas por Paulo Portas ao Conselho de Segurança das Nações Unidas; Pelas ameaças de “tolerância zero” ao Governo de Transição e pelos alaridos da sua claque nos  media controlados pelos lacaios. Impõe-se uma pergunta: como se explica o fato de a CPLP nunca ter sido um ator ativo e credível na crise que opõe o Governo de Moçambique e a Renamo? É como diz “Emplastro”: “Trata-se de uma tentativa tardia e desinformada para converter a maior derrota da sua política externa dos últimos anos em algo parecido com uma desforra: qualquer pequena «capitalização» lhes serviria de compensação para a grande carga de esforços ingratos que despenderam ao longo de dois anos, tentando obstruir o processo de transição”. Apenas duas entidades poderiam cantar vitória na conclusão do ciclo de transição na Guiné-Bissau: a CEDEAO e Timor-Leste.

O Secretário Executivo da CPLP, também virou adivinho e já prevê o futuro político dos seus peões.  Disse Murade Murargy - talvez inspirado por Ramos-Horta - que após o sucesso das últimas eleições gerais em Bissau, entre abril e maio, que permitiram escolher um novo Presidente e um novo Governo, “abre-se um novo ciclo, com novos desafios que se colocam à CPLP no apoio às reformas necessárias e para o desenvolvimento económico e social”. Colocou já “a carroça na frente dos bois”! O que é que este senhor sabe sobre a minha terra? Que informação recolheu dos seus peões sobre o futuro político na Guiné-Bissau? São piadas de mau gosto, visando “perturbar” o nosso país. É a “batalha de apoio” de que o seu presidente, Armando Guebusa, referia! Os seus peões são marcianos pelo que não conseguem coabitar com os terrestres. Aviso dos pescadores “nhominca”: “não vai a faina quem não domina os sinais da navegação e suporta os caprichos do mar, porque, em caso de acidente, não terá assistência atempada para se socorrer”.