A Frelimo, no poder em Moçambique, congratulou-se hoje com a
"sábia, pertinente e oportuna" decisão de levantamento de imunidade
do porta-voz da Renamo, principal partido de oposição, e considerou que a sua
detenção apenas peca por tardia.
"A sábia decisão do Conselho de Estado e pronta resposta da
administração de justiça peca apenas por chegar tarde, porque há já bastante
tempo que o povo perguntava se António Muchanga era intocável e estava acima da
lei", declarou hoje, numa conferência de imprensa em Maputo, Damião José,
porta-voz da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Renamo fala em “rapto”
Uma delegação da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique,
deslocou-se ao final da manhã à Procuradoria-Geral moçambicana para repudiar a
detenção do porta-voz do movimento e conselheiro de Estado, António Muchanga,
considerando-a um "rapto".
Falando à imprensa, no final de um encontro entre uma delegação da Renamo
(Resistência Nacional Moçambicana) e o procurador-geral adjunto Afonso Antunes,
a chefe da bancada parlamentar do principal partido da oposição, Angelina
Enoque, disse que o partido se deslocou à Procuradoria-Geral da República (PGR)
para pedir esclarecimentos sobre a legalidade da detenção de António Muchanga.
"Para nós (a detenção de António Muchanga), foi uma ilegalidade
cumprida, os órgãos envolvidos neste ato estavam em sintonia, sabiam que a
sessão do Conselho de Estado ia terminar e que ele ia sair", afirmou
Angelina Enoque, referindo-se ao facto de o porta-voz da Renamo ter sido detido
imediatamente após lhe ter sido retirada a imunidade de que gozava na qualidade
de conselheiro de Estado. Leia mais
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