Milhares de quenianos saíram hoje às ruas de Nairobi para protestar contra o governo diante de uma forte presença policial e num clima de tensão política e étnica, após um fim de semana em que 21 pessoas morreram em vários ataques.
O líder da oposição e ex-primeiro-ministro Raila Odinga convocou a
manifestação para denunciar a falta de segurança, a corrupção e as nomeações
decididas, segundo ele, por critérios étnicos.
A polícia anunciou a mobilização de 15 mil agentes, enquanto o país está em
alerta pelo temor das ações dos islamitas somalis shebab, membros da Al-Qaeda,
que pretendem punir o Quénia pelas suas incursões militares na Somália. Os
shebab reivindicaram uma nova onda de ataques cometidos na madrugada de sábado
para domingo na região próxima do arquipélago turístico de Lamu, nos quais 21
pessoas perderam a vida.
Na mesma região, outras 60 pessoas morreram num massacre em junho. Os
ataques foram reivindicados pelos shebab, mas o presidente Uhuru Kenyatta
atribuiu as ações a "redes políticas locais" e denunciou
"confrontos étnicos com motivos políticos".
Após o ataque do fim de semana, a polícia acusou um grupo separatista, o
Conselho Republicano de Mombasa, que reclama a independência da costa do Oceano
Índico.
A tensão aumentou com a morte de uma turista russa, que foi ontem alvo de
um tiro em Mombasa, a grande cidade portuária do litoral (a 300 km do local dos
ataques). As autoridades, no entanto, afirmaram que esta terá sido vítima de um
crime comum, isolado dos restantes atentados. Fonte: Aqui