A Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, rejeitou hoje os resultados das eleições gerais do passado dia 15 em Moçambique, considerando-os fraudulentos e garantiu que vai impugnar a votação.
«Não
reconhecemos estes resultados, porque foram fraudulentos, com certeza que vamos
impugnar», disse o mandatário da Renamo, André Majibire, aos jornalistas,
imediatamente após o anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) dos
resultados preliminares das eleições gerais.
«Aqui não
houve eleições, o que aconteceu foram roubos, todo o mundo testemunhou, houve
um roubo. Estes resultados são fraudulentos, o verdadeiro vencedor é a Renamo,
vamos impugnar, vamos até as ultimas consequências», afirmou Majibire.
O mandatário
do principal partido da oposição apontou a alegada violência policial contra
membros dos partidos da oposição e o registo de tentativas de enchimentos de
urnas com boletins pré-marcados, como exemplos de uma alegada fraude.
André
Majibire afirmou que a Renamo vai impugnar os resultados das eleições gerais no
Conselho Constitucional, tendo já feito uma reclamação na CNE.
A Frelimo
ganhou as eleições gerais em Moçambique, com uma maioria absoluta de 55,97% no
parlamento, e o seu candidato, Filipe Nyusi, venceu as presidenciais com
57,03%, segundo os resultados oficiais preliminares hoje divulgados pela CNE.
A Renamo
(Resistência Nacional Moçambicana) conserva o estatuto de maior partido de
oposição, obtendo 32,49% nas legislativas e o seu líder, Afonso Dhlakama,
36,61% nas presidenciais, enquanto o MDM (Movimento Democrático de Moçambique)
consolida a posição de terceira força, com 7,21% no parlamento e 6,36% do seu
candidato, Daviz Simango, na corrida à sucessão do atual chefe de Estado, Armando
Guebuza.
A Frelimo
terá 144 deputados na Assembleia, menos 47 do que o atual grupo parlamentar, a
Renamo aumenta a sua presença de 51 para 89 mandatos e o MDM passa de oito para
dezassete.
A abstenção
foi de 51,51% nas legislativas e de 51,36% nas presidenciais.
Os
resultados oficiais preliminares hoje apresentados são o fim de um processo de
apuramento iniciado a 15 de outubro nas cerca de 17 mil mesas de voto em todo o
país, prosseguindo aos níveis distrital e provincial, antes do pronunciamento
final da Comissão Nacional de Eleições e que terá de ser ainda validado pelo
Conselho Constitucional.
Mais de dez
milhões de moçambicanos foram chamados a 15 de outubro para escolher um novo
Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros
das assembleias provinciais.
No
escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos
políticos. Fonte: Aqui