Três meses após a sua tomada de posse
como Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira anda a vender o seu peixe pelo
interior do país, acompanhado de corpo diplomático acreditado na nossa terra.
Para quê? Dizem eles para preparar mesa redonda do “monopólio de mercado de
consumidores” ao empresariado tuga. Ou será que a estratégia consista em mostrar-lhes
a “utilização prática” das doações internacionais a Guiné-Bissau, durante os quarenta
anos da governação do PAIGC? Digam-me que não é caixa-de-ressonância do “jugo
estrangeiro”… Aonde é que já se viu “diplomatas” envolvidos em atividades nacionais
dos governos dos países de acreditação? Só na “República das Bananas”! Nos seus
olhares é flagrante o temor pelo povo que o elegeu. Saltita, mas está na cara
que não tem ideias nenhumas para o país. É tudo “pronto à vestir” importado do
estrangeiro (Portugal, Angola e Cabo Verde)! Como estava a dizer, esta digressão
é uma paródia e uma espécie de simulacro, lero lero “para o boi dormir”. Nfala,
Matchu, bu tene rabu di padja! Por um nado, presume-se que o seu receio de
viajar “sozinho”, sem uma “bengala”, esteja relacionado com o efeito da propaganda
hostil que a sua legião tem vindo a espalhar no exterior (Portugal, Angola e
Cabo Verde) contra o Estado da Guiné-Bissau. Vejam só: se não viaja com o PRS ao
colo, resguarda-se com os diplomatas estrangeiros. O PAIGC propriamente dito, não
parece estar contemplado nos seus planos. Porquê? “Contra os fatos não há
argumento”, mas ele ainda persistem em “fuite en avent” …
Dizem, os entendidos, que a liberdade
é uma planta que nasce depressa quando ganha raízes. Na nossa terra, as
lagartixas transformam-se depressa em crocodilos e monstros. Em política,
dificilmente seguimos o provérbio que diz “de pequenino se torcer o pepino”. Agimos
apenas quando o bicho toma conta da pessoa, quando o despotismo se extravasa
pelas ventas do líder. Quem não sabe que Matchu, nunca militou na JAAC, contudo
apregoe, sem vergonha na cara, ter filiado nessa organização juvenil do PAIGC. A
sua entrada no PAIGC data de 2000, e como simpatizante, o que diferente de ser
militante daquele partido libertador. Agora, para o seu enquadramento forjado como
presidente do PAIGC, foi levado, num certo dia, no berço, à residência de
Aristides Ocante, a fim de poder participar nas reuniões com vista a sua
eleição. Mesmo assim o dito-cujo não conseguiu entrar, à primeira, para nenhum
órgão por falta de participação ativa nas atividades preparatórias. Terá
passado a militante do PAIGC, desde quando a ponto de liderar esse partido? Não
é por acaso que os seus apoiantes, constantemente, suplicam pela paz e para que
legislatura consiga chegar ao fim, referindo-se apenas ao Primeiro-ministro e
em momento nenhum ao PAIGC. Esta liderança não será fruto de suborno? Senão,
como se explica o atual desconexão entre a direção do partido PAIGC e suas
estruturas? Ainda duvidam que Domingos Simões Pereira seja militante da CPLP no
PAIGC?