quarta-feira, 22 de outubro de 2014

OPOSIÇÃO DO BURKINA FASO CONTRA REFERENDO PARA MANTER COMPAORÉ NO PODER

Manifestation de l'opposition, le 23 août 2014, à Ouagadougou. , L’annonce faite par le gouvernement hier d’un référendum à venir pour  ouvrir la voie à une
O governo do Burkina Faso anunciou ontem um referendo a realizar em breve e que tem como objetivo ‘pavimentar’ o caminho para uma nova candidatura de Blaise Compaoré. O anúncio provocou manifestações de descontentamento no país.
 
Na verdade, trata-se de um projeto de lei e de um referendo. Após uma reunião extraordinária do governo, em Ouagadougou, este decidiu apresentar um projeto de lei à Assembleia Nacional para alterar a Constituição. A isto deverá seguir-se um referendo – duas medidas que permitarão a Blaise Compaoré candidatar-se a mais um mandato.
 
Após o anúncio, centenas de pessoas bloquearam o trânsito na Estrada 1, a principal de Burkina Faso, testemunhou a AFP. A polícia acabou por minimizar os efeitos do bloqueio, desviando o trânsito, e há relato de poucos danos.
 
«Não queremos o poder para a vida»
 
Pascal Ilboudo, membro do bureau político do Movimento do Povo para o Progresso (MPP), da oposição, disse: «Queremos parar tudo, para que o Presidente Blaise Compaoré entenda que não aceitamos o poder para a vida».
 
Outras manifestações ficaram agendadas para os próximos dias, e para hoje foi convocado um protesto de «cidade morta». O anúncio do governo provocou, aliás, uma explosão de reações negativas no seio da oposição. 
 
«O que nós tanto tentámos denunciar no país e internacionalmente aconteceu finalmente (...). A máscara de Blaise Compaoré acabou de cair», lamentou Stanislas Sankara Bénéwendé, presidente da União Nacional para o Renascimento/ Partido Sankarista (UNIR/PS), para quem «nada se pode excluir» por agora, porque os deputados devem votar «em boa consciência». «Se não há corrupção (...), se se ouve o grito de angústia do povo do Burkina Faso, então esta legislação não pode passar na Assembleia Nacional», acrescentou Bénéwendé.
 
O referendo deverá, ainda assim, ser bastante favorável ao regime instituído, já que este conta com muito apoio nas áreas rurais, de acordo com analistas e politólogos. Fonte: Aqui