terça-feira, 14 de abril de 2015

COMIDA PERIGOSA: UMA AMEAÇA A UM CONTINENTE

O consumo de alimentos perigosos cria uma grande ameaça à saúde pública no continente africano. Bebés, crianças, grávidas, idosos e doentes são particularmente vulneráveis, lembrou a OMS no dia 7 de abril (Dia Mundial da Saúde),mas este é um problema que põe todos em perigo.
 
Comida e água contaminadas com bactérias perigosas, vírus, parasitas ou substâncias químicas são responsáveis por mais de 200 doenças diferentes, de diarreia a cancros. Carne, peixe, arroz e massa cozinhados, leite, queijo e ovos são alguns tipos de comida comuns e que facilmente se tornam perigosos.
 
A 7 de abril, a OMS dedicou o Dia Mundial da Saúde ao tema «Da quinta para o prato, tornar a comida segura». O objetivo foi criar uma oportunidade para sensibilizar os consumidores e alertar os governos, os produtores e os vendedores para a importância da segurança alimentar e para o papel que todos os atores nesta cadeia, da quinta até ao prato, podem desempenhar para garantir que os alimentos são saudáveis e que é seguro comê-los.
 
Os sintomas mais comuns de doenças causadas por comida incluem dores de barriga, vómitos e diarreias. Os sintomas podem surgir quase imediatamente após o consumo dos alimentos, mas também podem demorar dias ou semanas a aparecer. No entanto, na maioria dos casos ocorrem 24 a 72 horas após a refeição.
 
O cheiro, o sabor e o aspeto da comida e da água não são bons indicadores para determinar se ali há causadores de doenças ou não. Algo que parece próprio para consumo pode não o estar. É preciso juntar 2,5 milhões de bactérias ou germes para que 250 ml de água fiquem turvos, mas há casos em que apenas 15 ou 20 bactérias são suficientes para uma pessoa adoecer.
 
Da mesma forma, a acumulação de germes invisíveis nas mãos é uma fonte comum de transmissão de doenças, mas para a qual muitos continuam a não estar alerta. Isto mostra a absoluta necessidade de se lavar as mãos antes e depois de mexer em comida e depois de usar a casa de banho. Se alguém que mexe em alimentos estiver infetado com um vírus e continuar a preparar comida, o vírus pode passar para o consumidor através da alimentação. No entanto, infelizmente muita gente não lava as mãos convenientemente.
 
A OMS aproveitu o dia 7 de abril para lembrar que é preciso ter especial cuidado com as pontas dos dedos, as unhas, os polegares, os pulsos e a zona entre os dedos. Lavar com água e sabonete é o ideal, mas aqueles que não tenham acesso a sabão ou detergente podem usar cinzas de carvão como substituto.
 
É também importante não mexer em comida nem a preparar se se sentirem sintomas de uma doença relacionada com alimentos. Se tal não puder ser evitado, é essencial lavar as mãos no início do processo e várias vezes enquanto se cozinha. Mantê-las limpas é a primeira de cinco «chaves» para uma comida mais segura, diz a OMS.
 
As práticas de manuseio e preparação de comida estão em constante evolução, em parte como resultado de um mundo cada vez mais globalizado. Mas as cadeias alimentares mais extensas, as mudanças na tecnologia e a resistência cada vez maior aos antibióticos aumentam o risco de contaminação dos alimentos, lembra a OMS.
 
É certo que os antibióticos são essenciais para tratar infeções causadas por bactérias, mas o seu uso em demasia e/ou de forma errada tem sido apontado com uma das causas para o aparecimento de bactérias cada vez mais resistentes, tornando o tratamento das doenças infeciosas cada vez mais demorado, complexo e até ineficaz.
 
Como resultado, a resistência aos antibióticos é já considerada uma enorme ameaça à eficácia da medicina moderna. A comida perigosa criou novas dificuldades aos sistemas de saúde e «feriu» as economias nacionais, o desenvolvimento e o comércio internacional em África. A OMS diz ter feito muito trabalho no passado para prevenir a situação atual, mas reconhece que não conseguiu evitar o pior.
 
Agora, diz que o mais importante é manter o trabalho junto dos governos nacionais, para que haja uma aposta na prevenção e na deteção de ameaças de saúde ligadas à alimentação, bem como na resposta a estas. Fonte: Aqui