terça-feira, 14 de abril de 2015

OS ESTUDANTES SUL-AFRICANOS E O LEGADO DO APARTHEID

Na África do Sul, o sistema educativo ainda está a tentar colmatar as divisões criadas pelo apartheid, retratadas por estudantes que nos contam as suas vivências.
 
As matrículas nas escolas sul-africanas aumentaram significativamente. Mas não os recursos e o pessoal qualificado. 
 
A gratuitidade fez disparar as inscrições nas escolas públicas das comunidades mais desfavorecidas da África do Sul. O arranque das aulas pode ser disciplinado, mas muitas vezes estes alunos debatem-se com a desordem, seja através da falta de computadores, de bibliotecas, até de água e luz nas instalações. O investimento na educação no país é o maior em todo o continente africano. E, no entanto, a África do Sul aparece no final de todos os rankings de desempenho escolar.
 
A Matemática e as Ciências são as disciplinas mais problemáticas. Alguns especialistas apontam o dedo à qualidade do ensino, denunciando fragilidades na formação de professores. Por outro lado, há outras escolas no ensino público onde a realidade é diferente. Mas nessas, o sistema prevê o pagamento de propinas elevadas. Alguns estudantes de meios mais pobres são ajudados por bolsas estatais. Outros conseguem o apoio de ONG’s de acordo com o mérito escolar.
As dificuldades continuam também na universidade, onde a luta para obter um diploma é grande entre os alunos sul-africanos.
 
Muito poucos países apresentam níveis de desigualdade entre classes tão profundos como a África do Sul. Quase metade da população vive abaixo do limiar da pobreza. Muitos continuam a viver nas chamadas «townships», as áreas suburbanas isoladas pelo apartheid. Para alguns, a universidade representa a saída do círculo vicioso. Mas apenas 15% dos estudantes avança para a universidade e somente 30% sai de lá com um diploma. A Universidade da Cidade do Cabo é uma das mais antigas e prestigiadas do país. Pouco a pouco, o corpo estudantil está a mudar. Os alunos mais desfavorecidos podem beneficiar de bolsas atribuídas pelo Estado ou pela própria universidade. Fonte: Aqui